Thursday, September 22, 2016

JAMA: é possível distinguir uma infecção viral de uma infecção bacteriana em criança febril?


JAMA: é possível distinguir uma infecção viral de uma infecção bacteriana em criança febril?


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JAMA: é possível distinguir uma infecção viral de uma infecção bacteriana em criança febril?

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As características clínicas não distinguem com segurança entre infecção1 bacteriana ou viral, com isso, muitas crianças em todo o mundo recebem tratamento desnecessário com antibióticos, enquanto outras com infecção1 bacteriana não são tratadas.
Com o objetivo de identificar, no sangue2, uma assinatura de expressão de RNA capaz de distinguir uma infecção1 bacteriana de uma viral, em crianças febris, foi realizado um trabalho publicado pelo The Journal of the American Medical Association (JAMA).
Crianças febris que se apresentavam aos hospitais participantes do estudo no Reino Unido, Espanha, Holanda e Estados Unidos, entre 2009 e 2013, foram prospectivamente recrutadas, compreendendo um grupo de descoberta e outro de validação. Cada grupo foi classificado após investigação microbiológica3 como tendo infecção1 bacteriana definitiva, infecção1 viral definitiva ou infecção1 indeterminada. Assinaturas de expressão de RNA que distinguiam infecção1 bacteriana definitiva de infecção1 viral foram identificadas no grupo de descoberta e a performance diagnóstica foi avaliada no grupo de validação. Validação adicional foi realizada em estudos separados de crianças com doença meningocócica (n=24) e doenças inflamatórias (n=48) e em conjuntos de dados de expressão genética já publicados.
A assinatura de expressão de RNA que distinguia infecção1 bacteriana da infecção1 viral foi avaliada levando-se em consideração o diagnóstico4 clínico e microbiológico5.
As infecções6 bacterianas e virais definitivas foram confirmadas por cultura ou detecção molecular dos patógenos. O desempenho da assinatura de expressão do RNA foi avaliado no grupo de infecção1 bacteriana, de infecção1 viral e também no grupo de infecção1 indeterminada.
O grupo de descoberta com 240 crianças (idade média, 19 meses; 62% do sexo masculino) incluiu 52 crianças com infecção1 bacteriana definida, das quais 36 (69%) necessitaram de cuidados intensivos e 92 crianças com infecção1 viral definida, das quais 32 (35%) necessitaram de cuidados intensivos. Noventa e seis crianças tiveram infecção1 indeterminada.
Análise dos dados de expressão de RNA identificou 38 assinaturas de transcrição distinguindo infecção1 bacteriana de infecção1 viral. Uma assinatura menor (2 transcrições - FAM89A e IFI44L) foi identificada através da remoção de transcrições altamente correlacionadas. Quando esta assinatura menor foi implementada como um escore de risco da doença no grupo de validação (130 crianças, com 23 infecções6 bacterianas definidas, 28 infecções6 virais definidas e 79 indeterminadas; idade média de 17 meses, 57% do sexo masculino), todos os 23 pacientes com infecção1 bacteriana definida microbiologicamente confirmada foram classificados como com infecção1 por bactérias (sensibilidade 100% [IC 95%, 100% a 100%]) e 27 de 28 pacientes com infecção1 viral definida foram classificados como infecção1 por vírus7 (especificidade 96,4% [IC 95%, 89,3%-100%]).
Quando foi aplicada aos conjuntos de dados de validação adicional de pacientes com doenças meningocócica e inflamatória, a infecção1 bacteriana foi identificada com uma sensibilidade de 91,7% (IC 95%, 79,2%-100%) e 90% (IC 95%, 70%-100%), respectivamente, e com uma especificidade de 96% (IC 95%, 88%-100%) e 95,8% (IC 95%, 89,6%-100%). Das crianças nos grupos indeterminados, 46,3% (63/136) foram classificadas como tendo infecção1 bacteriana, embora 94,9% (129/136) tenham recebido tratamento com antibiótico.
Este estudo fornece dados preliminares sobre a precisão do teste de uma assinatura de 2 transcrições de RNA para discriminar infecção1 bacteriana da viral em crianças febris. Mais estudos são necessários em grupos de pacientes diversos para avaliar a precisão e a utilidade clínica deste teste em diferentes ambientes clínicos.

Veja mais nos artigos sobre "Bactérias", "Vírus7", "Virose" e "Agentes infecciosos".

NEWS.MED.BR, 2016. JAMA: é possível distinguir uma infecção viral de uma infecção bacteriana em criança febril?. Disponível em: . Acesso em: 22 set. 2016.

Complementos


1 Infecção: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.

2 Sangue: O sangue é uma substância líquida que circula pelas artérias e veias do organismo. Em um adulto sadio, cerca de 45% do volume de seu sangue é composto por células (a maioria glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). O sangue é vermelho brilhante, quando oxigenado nos pulmões (nos alvéolos pulmonares). Ele adquire uma tonalidade mais azulada, quando perde seu oxigênio, através das veias e dos pequenos vasos denominados capilares.

3 Microbiológica: Referente à microbiologia, ou seja, à especialidade biomédica que estuda os microrganismos patogênicos, responsáveis pelas doenças infecciosas, englobando a bacteriologia (bactérias), virologia (vírus) e micologia (fungos).

4 Diagnóstico: Determinação de uma doença a partir dos seus sinais e sintomas.

5 Microbiológico: Referente à microbiologia, ou seja, à especialidade biomédica que estuda os microrganismos patogênicos, responsáveis pelas doenças infecciosas, englobando a bacteriologia (bactérias), virologia (vírus) e micologia (fungos).

6 Infecções: Doença produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre, queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da reação imunológica perante o mesmo.

7 Vírus: Pequeno microorganismo capaz de infectar uma célula de um organismo superior e replicar-se utilizando os elementos celulares do hospedeiro. São capazes de causar múltiplas doenças, desde um resfriado comum até a AIDS.

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