Wednesday, December 14, 2016

Suplementos de cálcio podem aumentar risco de infarto do miocárdio, de acordo com meta-análise publicada no BMJ


Suplementos de cálcio podem aumentar risco de infarto do miocárdio, de acordo com meta-análise publicada no BMJ


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Suplementos de cálcio podem aumentar risco de infarto do miocárdio, de acordo com meta-análise publicada no BMJ

Meta-análise publicada no British Medical Journal mostra que pessoas que usam suplementos de cálcio (sem a co-administração de vitamina1 D) têm risco 30% maior de sofrer infarto do miocárdio2. Embora a magnitude do aumento no risco seja pequena, o uso disseminado de suplementos de cálcio, principalmente por idosos com risco aumentado de fraturas ósseas, pode significar um grande impacto no número de eventos cardiovasculares na população geral.
Os dados das triagens envolvendo um total de 12 mil participantes também sugerem que estes suplementos não são tão efetivos na prevenção de fraturas ósseas (redução de cerca de 10% no número total de fraturas ósseas). Foram eleitos para análise estudos com o uso de suplementação3 de cálcio (500 mg/dia) e controlados com placebo4, com 100 ou mais participantes, média de idade acima de 40 anos e duração do estudo de no mínimo um ano.
O risco aumentado de infarto do miocárdio2 foi observado em ambos os sexos, independente do tipo de suplemento usado. Um pequeno acréscimo no número de mortes foi observado, mas não foi estatisticamente significativo, observam os pesquisadores.
O motivo pelo qual o cálcio aumenta o risco ainda não é conhecido, mas sugere-se que a suplementação3 de cálcio eleve os níveis séricos deste elemento, o que já foi previamente associado à maior incidência5 de infarto6 agudo7 do miocárdio8. Outra hipótese é que o processo de calcificação9 vascular10, fator de risco11 estabelecido para doenças cardiovasculares12, é semelhante ao processo da osteogênese. Sendo assim, já que os suplementos de cálcio aumentam a densidade óssea, é possível que eles também acelerem a calcificação9 vascular10 e consequentemente elevem a incidência5 de eventos cardiovasculares.
O Dr. Alison Avenell, da University of Aberdeen e coordenador do estudo, juntamente com colaboradores da Nova Zelândia e dos Estados Unidos, diz que as evidências sugerem que os suplementos de cálcio têm um benefício limitado na prevenção de fraturas, especialmente comparados a outros tipos de tratamentos disponíveis.
A ingestão de cálcio proveniente da dieta é segura e o Food and Drug Administration recomenda que adultos mantenham o consumo regular de 700 mg de cálcio por dia, proveniente de leite, queijo, folhas verdes e legumes. Mantendo este consumo e obtendo vitamina1 D da exposição regular ao sol, os suplementos não são necessários para a maioria das pessoas.
Os pacientes devem considerar, junto a seus médicos, os benefícios e os riscos do uso desses suplementos.
Fonte: British Medical Journal de 29 de julho de 2010
NEWS.MED.BR, 2010. Suplementos de cálcio podem aumentar risco de infarto do miocárdio, de acordo com meta-análise publicada no BMJ. Disponível em: . Acesso em: 14 dez. 2016.

Thursday, December 08, 2016

Posição da Academia de Nutrição e Dietética sobre dietas vegetarianas



Posição da Academia de Nutrição e Dietética sobre dietas vegetarianas em diferentes estágios da vida, incluindo infância, gravidez e lactação




-->A posição da Academia de Nutrição1 e Dietética sobre o uso de dietas vegetarianas adequadamente planejadas, incluindo a dieta vegana, foi publicada pelo Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics.
Os principais pontos de que tratam os especialistas dizem respeito a:
  • Dietas vegetarianas e veganas são dietas saudáveis, nutricionalmente adequadas e que podem proporcionar benefícios de saúde2 para a prevenção e para o tratamento de certas doenças.
  • Essas dietas são apropriadas para todos os estágios do ciclo de vida, incluindo gravidez3, lactação4, infância precoce e infância tardia, adolescência, idade adulta, terceira idade e também para atletas.
  • Dietas baseadas em plantas são mais ambientalmente sustentáveis do que dietas ricas em produtos animais, porque elas usam menos recursos naturais e estão associadas a muito menos danos ambientais.
  • Vegetarianos e veganos estão em risco reduzido para certas condições de saúde2, incluindo doença cardíaca isquêmica, diabetes mellitus5 tipo 2, hipertensão arterial6, obesidade7 e certos tipos de câncer8.
  • Saiba mais sobre "Infarto do miocárdio9", "Diabetes10", "Hipertensão11", "Obesidade7" e "Prevenção do câncer8".
  • A baixa ingestão de gorduras saturadas12 e altas ingestões de vegetais, frutas, grãos integrais, leguminosas, produtos de soja, nozes e sementes (todos ricos em fibras e fitoquímicos) são características de dietas vegetarianas e veganas, as quais produzem menores níveis de colesterol13 total e do colesterol13 de baixa densidade (LDL colesterol14 ou colesterol13 ruim) e também melhor controle da glicose15 no organismo. Estes fatores contribuem para a redução de doenças crônicas.
  • Leia sobre "Como reduzir o colesterol13", "Colesterol13 LDL16" e  "Comportamento da glicemia17".
  • É importante lembrar que os veganos precisam utilizar fontes confiáveis de vitamina18 B12, como alimentos fortificados ou suplementos.
  • Para vegetarianos mais jovens e veganos em particular, é importante planejar refeições que incluem ferro, zinco, vitamina18 B12, e para alguns, cálcio e vitamina18 D. Por esses motivos, esse tipo de dieta precisa ser planejado de forma adequada e balanceada.
  • Segundo os autores, as pessoas que adotam uma dieta vegana reduzem o risco de diabetes10 em 62%, o risco de câncer8 de próstata19 em 35%, a chance de serem hospitalizados por um ataque cardíaco em 33%, o risco de doença cardíaca em 29% e o risco de todas as formas de câncer8 em 18%.
  • Veja mais sobre "Como evitar o diabetes10" e "Câncer8 de próstata19".
  • As pessoas que adotam dietas vegetarianas têm um menor índice de massa corporal20 (IMC21), melhor controle da pressão arterial22 e da glicose15 no sangue23, menos inflamação24 no organismo e níveis mais baixos de colesterol13 em comparação com os não vegetarianos.
  • Só porque uma dieta é vegetariana ou vegana, no entanto, não significa necessariamente que seja saudável. Uma dieta saudável é rica em alimentos minimamente processados, especialmente derivados de plantas, mas também podem vir de animais. O que não entra em uma dieta vegana, por exemplo.
Alguns especialistas não envolvidos nesta recomendação da Academia de Nutrição1 e Dietética recomendam como uma dieta saudável, por exemplo, uma dieta de alto teor de gordura25 ao estilo mediterrâneo, rica em frutas, legumes não amiláceos, nozes, feijão, peixe, grãos integrais e óleos vegetais e incluindo iogurte, queijo, aves e ocasionalmente carne vermelha fresca e não processada.
Veja também sobre "Dieta mediterrânea26", "Perigo das dietas para emagrecer", "Cálculo27 do IMC21" e "Colesterol13 do organismo".

Fonte: Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, volume 116, número 12, de dezembro de 2016

Wednesday, October 26, 2016

Homens ansiosos têm mais do dobro de chance de morrer de câncer do que os que não apresentam este transtorn


Homens ansiosos têm mais do dobro de chance de morrer de câncer do que os que não apresentam este transtorno


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Homens ansiosos têm mais do dobro de chance de morrer de câncer do que os que não apresentam este transtorno

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Homens que sofrem de ansiedade têm mais do dobro de chance de morrer de câncer1 do que os homens que não apresentam este transtorno. No entanto, a ansiedade não está associada a um aumento da mortalidade2 por câncer1 em mulheres, de acordo com um grande estudo britânico apresentado na reunião do European College of Neuropsychopharmacology (ECNP), em Viena.
O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é um problema de saúde3 mental comum que pode ser incapacitante, debilitante e levar ao aumento do risco de suicídio, afetando cerca de 5% da população adulta. Ele é caracterizado pela preocupação excessiva e incontrolável sobre muitas áreas da vida. As pessoas afetadas podem apresentar sintomas4 tais como tensão muscular, insônia, incapacidade de concentração e inquietação. Estudos anteriores analisaram se a ansiedade está associada com a morte precoce nas principais causas de doença, mas os resultados têm sido variados.
Usando dados de 15.938 participantes britânicos do Prospective Investigation into Cancer1 - Norfolk Study, os pesquisadores foram capazes de relacionar os homens e as mulheres com TAG no período de 1996-2000 aos registros de morte durante os 15 anos subsequentes, identificando, assim, aqueles que sofriam de TAG e que morreram de câncer1.
Eles descobriram que 126 de 7.139 homens e 215 de 8.799 mulheres tiveram TAG, e durante um período de 15 anos, 796 homens e 648 mulheres morreram de câncer1. Durante o período de acompanhamento de 15 anos, eles descobriram que os homens com TAG tiveram uma probabilidade duas vezes mais alta de morrer de câncer1 em relação aos homens que não apresentavam ansiedade. Esta associação não foi encontrada com as mulheres.
A pesquisadora chefe Olivia Remes e seus colaboradores alertam que pesquisas futuras devem determinar se a ansiedade está associada a tipos específicos de câncer1 em homens e que a sociedade pode precisar considerar a ansiedade como um sinal5 de alerta para problemas de saúde3, mas que é muito importante diferenciar a ansiedade normal da ansiedade patológica.
Veja mais sobre "Transtorno de ansiedade generalizada", "Suicídio", "Insônia" e "Prevenção do câncer1".

Fonte: European College of Neuropsychopharmacology (ECNP), em 20 de setembro de 2016

Hipotensão ortostática e o risco de demência: um estudo de base populacional publicado pelo PLOS Medicine


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Hipotensão ortostática e o risco de demência: um estudo de base populacional publicado pelo PLOS Medicine

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A hipotensão1 ortostática (HO) é uma causa comum de hipoperfusão cerebral transitória na população. A hipoperfusão cerebral é amplamente associada à deterioração cognitiva2, mas se a HO contribui para o declínio cognitivo3 e para a demência4 ainda não se sabe. O objetivo dos pesquisadores do Brain Heart Connection Collaborative Research Group neste estudo foi determinar a associação entre HO e o risco de desenvolver demência4 na população em geral.
Leia mais sobre "Hipotensão1 ortostática" e "Demência4".
Entre 4 de outubro de 1989 e 17 de junho de 1993, foram avaliados dados de pacientes com hipotensão1 ortostática (HO) não dementes, que não tinham sofrido acidente vascular cerebral5 e que faziam parte do estudo de base populacional holandesa, conhecido como Rotterdam Study. A HO foi definida como uma queda ≥20 mmHg na pressão arterial sistólica6 (PAS) ou uma queda ≥10 mmHg na pressão arterial diastólica7 (PAD) dentro de 3 minutos da mudança postural. Também se calculou a variabilidade na PAS relacionada à mudança postural, expresso por coeficiente de variação.
O acompanhamento para a demência4 foi conduzido até 1° de Janeiro de 2014. Determinou-se o risco de demência4 em relação à HO e à variabilidade na PAS, utilizando um modelo de regressão de Cox, ajustado para idade, sexo, condição de fumante, ingestão de álcool, PAS, PAD, colesterol8, proporção de lipoproteína de alta densidade, diabetes9, índice de massa corporal10, uso de anti-hipertensivo, hipolipemiantes ou medicação anticolinérgica, e genótipos da apolipoproteína E. Finalmente, os pesquisadores exploraram se as associações variaram de acordo com aumento compensatório da frequência cardíaca.
Entre 6.204 participantes (média de idade de 68,5 ± 8,6 anos; 59,7% do sexo feminino), com um seguimento médio de 15,3 anos, 1.176 desenvolveram demência4, dos quais 935 (79,5%) tinham doença de Alzheimer11 e 95 (8,1%) tinham demência4 vascular12. A HO foi associada com um aumento do risco de demência4, o que foi semelhante para a doença de Alzheimer11 e para a demência4 vascular12. Da mesma forma, uma maior variabilidade da PAS com a mudança postural foi associada a um risco aumentado de demência4, o que foi semelhante ao excluir aqueles que preenchiam os critérios formais para HO. O risco de demência4 foi particularmente aumentado em pessoas com HO a quem faltava um aumento compensatório da frequência cardíaca.
Veja também sobre "AVC", "Colesterol8", "Diabetes9", "IMC13" e "Alzheimer14".
As limitações deste estudo incluem potencial confusão residual apesar dos ajustes rigorosos e generalizações potencialmente limitadas para populações de ascendência não europeia.
Concluiu-se que nesta população predominantemente de origem europeia, a HO foi associada a um aumento no risco de demência4 no longo prazo.

Fonte: PLOS Medicine, em 11 de outubro de 2016

NEJM: paracetamol versus ibuprofeno em crianças com asma leve persistente

NEWS.MED.BR, 2016. Hipotensão ortostática e o risco de demência: um estudo de base populacional publicado pelo PLOS Medicine. Disponível em: . Acesso em: 26 out. 2016.

Estudo INTERHEART: atividade física e raiva ou perturbação emocional como gatilhos do infarto agudo do miocárdio


Estudo INTERHEART: atividade física e raiva ou perturbação emocional como gatilhos do infarto agudo do miocárdio


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Estudo INTERHEART: atividade física e raiva ou perturbação emocional como gatilhos do infarto agudo do miocárdio

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O esforço físico, a raiva1 e os distúrbios emocionais são vistos como desencadeadores do infarto2 agudo3 do miocárdio4 (IAM). No estudo INTERHEART, pesquisadores exploraram a associação da atividade física aguda e da raiva1 ou de perturbações emocionais no desencadeamento do IAM para quantificar a importância desses gatilhos potenciais em uma grande população internacional.
O INTERHEART foi um estudo de caso-controle do primeiro IAM em 52 países. Nesta análise, foram incluídos apenas os casos de IAM e usou-se uma abordagem de caso para estimar o odds ratio para um IAM iniciado dentro de uma hora de ocorrência dos gatilhos.
De 12.461 casos de IAM, 13,6% (n=1.650) estavam envolvidos em atividade física e 14,4% (n=1.752) em situações de raiva1 ou perturbações emocionais no período de uma hora antes do início dos sintomas5.
A atividade física no período foi associada a maior chance de IAM (odds ratio 2,31; intervalo de confiança [IC] de 99% 1,96-2,72), com um risco atribuível à população de 7,7% (IC 99%, 6,3-8,8). Raiva1 ou perturbação emocional no período foi associada com um aumento nas chances de IAM (odds ratio 2,44; IC 99% 2,06-2,89), com um risco atribuível à população de 8,5% (IC 99% 7,0-9,6).
Não houve modificação de efeito por região geográfica, doença cardiovascular prévia, carga de fatores de risco cardiovasculares, uso de medicamentos de prevenção cardiovascular ou hora do dia ou o dia de início do IAM. A atividade física e a raiva1 ou perturbação emocional no período foram associadas a um aumento na probabilidade de IAM (odds ratio 3,05; IC 99% 2,29-4,07; P para a interação<0 p="">Concluiu-se que o esforço físico e a raiva1 ou perturbações emocionais são gatilhos associados ao primeiro IAM em todas as regiões do mundo, em homens e mulheres e em todas as faixas etárias, sem efeitos modificadores significativos.

Leia mais sobre "Infarto do Miocárdio6", "Atividade física" e "Definição de saúde7 cardiovascular ideal na infância".

Fonte: Circulation, de 11 de outubro de 2016

Thursday, October 06, 2016

Mel diluído inibe a formação de biofilme bacteriano: qual o potencial de aplicação em cateter urinário para evitar infecção?


Mel diluído inibe a formação de biofilme bacteriano: qual o potencial de aplicação em cateter urinário para evitar infecção?


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Mel diluído inibe a formação de biofilme bacteriano: qual o potencial de aplicação em cateter urinário para evitar infecção?

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Biofilmes são ubíquos e quando maduros têm uma estrutura complexa de microcolônias em um polissacarídeo extracelular e em matriz extracelular de DNA. Os dispositivos médicos podem abrigar biofilmes, que têm mostrado causar infecções1 e agir como reservatórios para patógenos. Cateteres urinários permanecem por períodos de tempo consideráveis no mesmo local, sendo susceptíveis tanto a incrustações quanto à formação de biofilmes. Estratégias para minimizar a ocorrência de biofilmes formam uma área de pesquisa ativa em biomedicina. O mel Manuka possui, entre outras características, uma propriedade antibacteriana bem estabelecida. Este estudo tem como objetivo avaliar a influência do mel na formação precoce de biofilmes em um modelo in vitro estabelecido.
Um modelo estabelecido de formação precoce de biofilme utilizando culturas bacterianas estáticas, em 96 placas2 de vinil, foi usado para o crescimento de Escherichia coli, linhagem ATC 25922, e Proteus mirabilis, linhagem 7002. Células3 planctônicas foram removidas e o biofilme residual foi corado com o reagente violeta de genciana, sendo subsequentemente fracionado e quantificado espectrofotometricamente. O mel Manuka (Unique Manuka Factor 15+) foi adicionado tanto com as bactérias quanto até 72 horas depois.
Os biofilmes neste modelo foram desenvolvidos ao longo de três dias, após os quais o crescimento estagnou. Culturas mistas de E. coli e P. mirabilis (1:1) cresceram mais lentamente do que as monoculturas. Nas culturas mistas, o mel proporcionou uma redução dependente da dose na formação de biofilmes (entre 3,3 e 16,7% w/v). Em 72 horas, todas as concentrações inibiram maximamente (p<0 -="" 24="" 48="" a="" ader="" ap="" aplica="" bacteriana="" biomassa="" culturas="" de="" e="" horas="" m="" mel="" ncia="" o="" p="" reduziu="" s="" tamb="">Concluiu-se neste estudo que o mel Manuka em diluições tão baixas como 3,3% w/v em alguns protocolos e em 10% ou mais em todos os protocolos testados inibiu significativamente a ligação bacteriana a um substrato de vinil e reduziu o desenvolvimento adicional de biofilme precoce. Nenhum aumento do crescimento sobre os controles não tratados foi observado em qualquer experimento.

Leia também os artigos: "Infecção4 urinária", "Mel ajuda a melhorar a tosse noturna na infância" e "Eficácia do mel em comparação com corticosteroide tópico5 para o tratamento de aftas recorrentes".

Fonte: Journal of Clinical Pathology, publicação online, em 26 de setembro de 2016

NEWS.MED.BR, 2016. Mel diluído inibe a formação de biofilme bacteriano: qual o potencial de aplicação em cateter urinário para evitar infecção?. Disponível em: . Acesso em: 6 out. 2016.

Rabdomiólise - conceito, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução e possíveis complicações


Rabdomiólise - conceito, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução e possíveis complicações


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Rabdomiólise - conceito, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução e possíveis complicações

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O que é a rabdomiólise1?

A rabdomiólise1 é a morte (lise2) das fibras musculares3 devido a uma lesão4 muscular direta ou indireta, com liberação do conteúdo das fibras para a corrente sanguínea. Essas lesões5 se devem a fatores físicos, químicos ou biológicos. Trata-se de uma síndrome6 grave, que conduz a diversas complicações e que, em casos raros, pode até causar a morte. A doença e seus mecanismos foram elucidados pela primeira vez depois da Blitzkrieg (bombardeio alemão) de Londres em 1941.

Quais são as causas da rabdomiólise1?

Existem muitas causas de rabdomiólise1. Mais comumente ela acontece durante grandes injúrias musculares como as que costumam ocorrer em desabamentos, terremotos ou acidentes automobilísticos, por exemplo, mas que também podem acontecer em outras situações como o uso de álcool ou de drogas ilegais, tensão muscular extrema, outras lesões5 por esmagamento, compressão muscular duradoura, uso de certos medicamentos, choque7 elétrico, queda de raio, grandes queimaduras, temperatura corporal muito alta, cetoacidose, algumas miopatias, infecções8 virais ou bacterianas e história anterior de rabdomiólise1.
O exercício físico extenuante, realizado em condições de muito calor e alta umidade em pessoas com hidratação inadequada também pode resultar em rabdomiólise1.
Saiba mais sobre "Choque7 elétrico", "Queimaduras", "Cetoacidose diabética9", "Vírus10" e "Bactérias".

Qual é o mecanismo fisiológico11 da rabdomiólise1?

Na rabdomiólise1 a destruição dos músculos12 ocasiona a liberação de produtos nocivos das fibras musculares3 na corrente sanguínea, os quais afetam todo o organismo, sobretudo os rins13.
Alguns deles, como a mioglobina, por exemplo, uma proteína relacionada à hemoglobina14, podem causar complicações graves, como a insuficiência renal15 aguda. A hemoglobina14 transporta o oxigênio da periferia para os pulmões16, retirando-o dos músculos12. Já a mioglobina, ao contrário, armazena-o nos músculos12.

Quais são as principais características clínicas da rabdomiólise1?

Pode ser difícil de identificar os sinais17 e sintomas18 da rabdomiólise1 porque eles são muito variáveis e podem ocorrer numa área específica do corpo ou afetar o corpo todo.
Os sinais17 e sintomas18 mais comuns são dor muscular, especialmente nos ombros, coxas ou região inferior das costas19, fraqueza muscular nos braços ou pernas, dor abdominal, náuseas20 e/ou vômitos21, febre22, aumento da frequência cardíaca, confusão, desidratação23, perda da consciência, urina24 vermelho escuro ou marrom, urina24 reduzida ou nenhuma produção de urina24.
A tríade sintomatológica clássica, que primeiro chama a atenção para pensar na doença, é composta por:
  1. Mialgia25.
  2. Fraqueza muscular.
  3. Urina24 escura.

Como o médico diagnostica a rabdomiólise1?

Além dos sintomas18, a rabdomiólise1 somente pode ser diagnosticada através de valores aumentados no sangue26 de enzimas que normalmente existem nos músculos12, como a creatina quinase, a mioglobina e o lactato desidrogenase.
Além deles, devem ser medidos também os níveis de cálcio e potássio no sangue26 e de creatinina27 no sangue26 e na urina24, que indicam se há ou não danos aos rins13. Outros exames de urina24 também ajudarão a confirmar o diagnóstico28. A presença de mioglobina na urina24 é uma indicação importante da rabdomiólise1. Em virtude da presença da mioglobina na urina24, liberada pelos rins13 em grande quantidade, a urina24 se torna vermelho-castanha.
No exame físico, o médico deve analisar as partes doloridas dos músculos12 maiores do corpo, para ver se o tecido29 muscular exibe sinais17 de ter morrido.

Como o médico trata a rabdomiólise1?

A rabdomiólise1 sempre requer atendimento médico imediato. O tratamento dependerá do quadro clínico. As formas graves demandam hidratação endovenosa para aumentar a velocidade de eliminação renal30 dos produtos nocivos liberados pelo músculo lesionado. O fluido de reposição deve conter bicarbonato para ajudar a combater o ácido no sangue26 devido à lesão4 muscular. O bicarbonato também ajuda a eliminar a mioglobina dos rins13.
Se o paciente apresentar elevação do potássio, seus níveis devem ser prontamente baixados para evitar arritmias31. Medicamentos à base de bicarbonato e diuréticos32 podem ser convenientes. Os níveis de potássio e cálcio podem ser corrigidos por reposição venosa. Quadros de insuficiência renal15 grave podem precisar temporariamente de hemodiálise33.
Leia também sobre "Insuficiência renal15 aguda" e "Hemodiálise33".

Como evolui a rabdomiólise1?

O curso da rabdomiólise1 varia, dependendo de sua causa. Embora seja uma condição séria, o tratamento imediato muitas vezes traz um bom resultado. Nos casos mais simples da doença, apenas ocorrem elevações assintomáticas das enzimas e, nos mais graves, com risco de vida, acontecem elevações extremas de enzimas, desequilíbrio eletrolítico e lesão4 renal30 aguda.

Quais são as complicações possíveis da rabdomiólise1?

As complicações podem ocorrer tanto nas fases iniciais como nas fases posteriores da doença. A lise2 das fibras musculares3 pode conduzir a complicações tais como insuficiência renal15, quando os rins13 não conseguem remover os resíduos que se concentraram na urina24. Essa é, de fato, a complicação mais temida da rabdomiólise1.
Outras complicações podem provir do desequilíbrio eletrolítico, que pode causar disritmias e danificar as células34 de vários órgãos. Inflamações35 hepáticas36 e coagulação37 intravascular38 disseminada também são complicações possíveis da rabdomiólise1.
Por fim, a rabdomiólise1 pode causar inchaço39 dentro dos músculos12 e pressão nas fáscias em torno deles, o que pode interromper o fornecimento de sangue26 para os músculos12 e destruir permanentemente o tecido29 muscular.
Veja mais sobre "Coagulação37 intravascular38 disseminada" e "Distúrbios hidroeletrolíticos".

ABCMED, 2016. Rabdomiólise - conceito, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução e possíveis complicações. Disponível em: . Acesso em: 6 out. 2016.

Miopatias: como elas são? O que podemos fazer para aliviar as dores?


Miopatias: como elas são? O que podemos fazer para aliviar as dores?


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Miopatias: como elas são? O que podemos fazer para aliviar as dores?

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O que são as miopatias?

Miopatia1 (do grego: myo = músculo + páttheia = padecença, doença) é a designação genérica de várias afecções2 e doenças musculares. São enfermidades musculares alheias a qualquer distúrbio da inervação ou da junção neuromuscular3. Nelas, as fibras musculares4 não funcionam normalmente, o que resulta em sintomas5 de diversas naturezas.

Quais são as causas das miopatias?

As miopatias têm várias causas, incluindo etiologia6 congênita7 ou herdada, infecciosa, metabólica, inflamatória, endócrina e/ou tóxica, induzida por drogas. Quando não há possibilidade de se determinar uma etiologia6, a miopatia1 se diz idiopática8. Pensa-se que as miopatias idiopáticas são imunomediadas ou associadas a doenças do tecido conjuntivo9 (lúpus10 eritematoso11 sistêmico12, artrite reumatoide13, poliarterite nodosa, etc).
Há também uma miopatia1 alcoólica aguda, mas, além da síndrome14 aguda, o álcool pode provocar uma miopatia1 mais crônica. Um defeito genético também tem sido associado a estas doenças.
Leia mais sobre "Lúpus10 eritematoso11", "Artrite reumatoide13" e "Poliarterite nodosa".

Qual é o mecanismo fisiológico15 das miopatias?

As miopatias congênitas16 ou hereditárias são, na sua maioria, doenças crônicas, lentamente progressivas. As miopatias por causas metabólicas, inflamatórias, endócrinas e tóxicas podem ser agudas ou subagudas.
Algumas miopatias podem ocasionar paralisias periódicas devido a mudanças nas taxas sanguíneas de potássio, levando à disfunção muscular. Um defeito genético do canal de íons17 de sódio nas membranas das células18 do músculo também pode ser responsável pela paralisia19, o que pode durar de horas a dias.

Quais são as principais características clínicas das miopatias?

Os sintomas5 mais comuns da miopatia1 incluem fraqueza muscular, dores musculares e hipotonia20. Os sinais21 e sintomas5 gerais são fraqueza muscular proximal22 simétrica, mal-estar, fadiga23, urina24 escura devido à presença de mioglobinúria e/ou febre25. Geralmente não há queixas sensoriais ou parestesias26. No entanto, os reflexos tendíneos profundos podem estar diminuídos ou ausentes nas paralisias por deficiências de potássio.
Pode haver uma miopatia1 alcoólica aguda em pacientes com o hábito de consumir álcool, que se apresenta com dor muscular que envolve principalmente fraqueza dos membros e mioglobinúria. A significância da miopatia1 alcoólica aguda é que a precipitação de mioglobina nos túbulos renais pode causar necrose27 tubular aguda.

Como o médico diagnostica as miopatias?

As suspeitas clínicas devem levantar a hipótese de miopatia1, a ser confirmada pelos testes laboratoriais de creatina quinase, níveis de isoenzimas e de eletrólitos28, cálcio e magnésio, níveis de mioglobina e creatinina29 sérica, ureia30 no sangue31 e níveis de nitrogênio.
O exame de urina32 revela a presença de mioglobinúria com poucas células18 vermelhas na avaliação microscópica. Além disso, deve ser feito um hemograma completo, taxa de sedimentação de eritrócitos33, testes de função da tireoide34, níveis de aspartato aminotransferase, eletrocardiografia, níveis de anticorpos35 antinucleares, testes genéticos e eletromiografia36.
A ressonância magnética37 pode ser usada para avaliar complicações ou descartar a doença neurológica. Em último lugar, a biópsia38 muscular define o diagnóstico39.
Saiba mais sobre "Exame de urina32", "Hemograma", "Eletrocardiograma40", "Eletroneuromiografia", "Ressonância" e "Biópsia38".

Como o médico trata as miopatias?

O tratamento de uma miopatia1 depende da sua etiologia6 e pode variar de simples suporte à terapia sintomática41 para as condições específicas. Não existe, pois, um tratamento único para todas as miopatias.
Os tratamentos atuais para os vários tipos de miopatias compreendem a terapia medicamentosa, fisioterapia42, massagens, acupuntura e até mesmo cirurgia. Tais tratamentos podem incluir gestão das vias respiratórias e hidratação adequadas. Hidratação agressiva e, ocasionalmente, administração de manitol e furosemida para aumentar a diurese43 são essenciais para manter a função renal44.
A avaliação cardiológica e respiratória é essencial em todos os casos de miopatia1, pois muitas distrofias45 musculares se acompanham de comprometimento do músculo cardíaco46 e de redução da capacidade vital47.
Veja mais sobre "Fisioterapia42", "Acunpuntura" e "Distrofias45 musculares".

Como evoluem as miopatias?

A morbidade48 e mortalidade49 das miopatias estão relacionadas à etiologia6 e à gravidade da doença, bem como à presença de comorbidades50.

Quais são as complicações possíveis das miopatias?

As complicações mais comuns das miopatias são arritmia51 cardíaca, hipertensão arterial52, disfagia53, dilatação gástrica aguda, parada respiratória, endocrinopatias54, catarata55, perda auditiva neurossensorial, convulsões, displasias cerebrais e morte precoce.
Leia também sobre "Miosite", "Polimiosite" e "Dermatomiosite".

ABCMED, 2016. Miopatias: como elas são? O que podemos fazer para aliviar as dores?. Disponível em: . Acesso em: 6 out. 2016.

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