Wednesday, October 26, 2016

Homens ansiosos têm mais do dobro de chance de morrer de câncer do que os que não apresentam este transtorn


Homens ansiosos têm mais do dobro de chance de morrer de câncer do que os que não apresentam este transtorno


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Homens ansiosos têm mais do dobro de chance de morrer de câncer do que os que não apresentam este transtorno

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Homens que sofrem de ansiedade têm mais do dobro de chance de morrer de câncer1 do que os homens que não apresentam este transtorno. No entanto, a ansiedade não está associada a um aumento da mortalidade2 por câncer1 em mulheres, de acordo com um grande estudo britânico apresentado na reunião do European College of Neuropsychopharmacology (ECNP), em Viena.
O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é um problema de saúde3 mental comum que pode ser incapacitante, debilitante e levar ao aumento do risco de suicídio, afetando cerca de 5% da população adulta. Ele é caracterizado pela preocupação excessiva e incontrolável sobre muitas áreas da vida. As pessoas afetadas podem apresentar sintomas4 tais como tensão muscular, insônia, incapacidade de concentração e inquietação. Estudos anteriores analisaram se a ansiedade está associada com a morte precoce nas principais causas de doença, mas os resultados têm sido variados.
Usando dados de 15.938 participantes britânicos do Prospective Investigation into Cancer1 - Norfolk Study, os pesquisadores foram capazes de relacionar os homens e as mulheres com TAG no período de 1996-2000 aos registros de morte durante os 15 anos subsequentes, identificando, assim, aqueles que sofriam de TAG e que morreram de câncer1.
Eles descobriram que 126 de 7.139 homens e 215 de 8.799 mulheres tiveram TAG, e durante um período de 15 anos, 796 homens e 648 mulheres morreram de câncer1. Durante o período de acompanhamento de 15 anos, eles descobriram que os homens com TAG tiveram uma probabilidade duas vezes mais alta de morrer de câncer1 em relação aos homens que não apresentavam ansiedade. Esta associação não foi encontrada com as mulheres.
A pesquisadora chefe Olivia Remes e seus colaboradores alertam que pesquisas futuras devem determinar se a ansiedade está associada a tipos específicos de câncer1 em homens e que a sociedade pode precisar considerar a ansiedade como um sinal5 de alerta para problemas de saúde3, mas que é muito importante diferenciar a ansiedade normal da ansiedade patológica.
Veja mais sobre "Transtorno de ansiedade generalizada", "Suicídio", "Insônia" e "Prevenção do câncer1".

Fonte: European College of Neuropsychopharmacology (ECNP), em 20 de setembro de 2016

Hipotensão ortostática e o risco de demência: um estudo de base populacional publicado pelo PLOS Medicine


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Hipotensão ortostática e o risco de demência: um estudo de base populacional publicado pelo PLOS Medicine

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A hipotensão1 ortostática (HO) é uma causa comum de hipoperfusão cerebral transitória na população. A hipoperfusão cerebral é amplamente associada à deterioração cognitiva2, mas se a HO contribui para o declínio cognitivo3 e para a demência4 ainda não se sabe. O objetivo dos pesquisadores do Brain Heart Connection Collaborative Research Group neste estudo foi determinar a associação entre HO e o risco de desenvolver demência4 na população em geral.
Leia mais sobre "Hipotensão1 ortostática" e "Demência4".
Entre 4 de outubro de 1989 e 17 de junho de 1993, foram avaliados dados de pacientes com hipotensão1 ortostática (HO) não dementes, que não tinham sofrido acidente vascular cerebral5 e que faziam parte do estudo de base populacional holandesa, conhecido como Rotterdam Study. A HO foi definida como uma queda ≥20 mmHg na pressão arterial sistólica6 (PAS) ou uma queda ≥10 mmHg na pressão arterial diastólica7 (PAD) dentro de 3 minutos da mudança postural. Também se calculou a variabilidade na PAS relacionada à mudança postural, expresso por coeficiente de variação.
O acompanhamento para a demência4 foi conduzido até 1° de Janeiro de 2014. Determinou-se o risco de demência4 em relação à HO e à variabilidade na PAS, utilizando um modelo de regressão de Cox, ajustado para idade, sexo, condição de fumante, ingestão de álcool, PAS, PAD, colesterol8, proporção de lipoproteína de alta densidade, diabetes9, índice de massa corporal10, uso de anti-hipertensivo, hipolipemiantes ou medicação anticolinérgica, e genótipos da apolipoproteína E. Finalmente, os pesquisadores exploraram se as associações variaram de acordo com aumento compensatório da frequência cardíaca.
Entre 6.204 participantes (média de idade de 68,5 ± 8,6 anos; 59,7% do sexo feminino), com um seguimento médio de 15,3 anos, 1.176 desenvolveram demência4, dos quais 935 (79,5%) tinham doença de Alzheimer11 e 95 (8,1%) tinham demência4 vascular12. A HO foi associada com um aumento do risco de demência4, o que foi semelhante para a doença de Alzheimer11 e para a demência4 vascular12. Da mesma forma, uma maior variabilidade da PAS com a mudança postural foi associada a um risco aumentado de demência4, o que foi semelhante ao excluir aqueles que preenchiam os critérios formais para HO. O risco de demência4 foi particularmente aumentado em pessoas com HO a quem faltava um aumento compensatório da frequência cardíaca.
Veja também sobre "AVC", "Colesterol8", "Diabetes9", "IMC13" e "Alzheimer14".
As limitações deste estudo incluem potencial confusão residual apesar dos ajustes rigorosos e generalizações potencialmente limitadas para populações de ascendência não europeia.
Concluiu-se que nesta população predominantemente de origem europeia, a HO foi associada a um aumento no risco de demência4 no longo prazo.

Fonte: PLOS Medicine, em 11 de outubro de 2016

NEJM: paracetamol versus ibuprofeno em crianças com asma leve persistente

NEWS.MED.BR, 2016. Hipotensão ortostática e o risco de demência: um estudo de base populacional publicado pelo PLOS Medicine. Disponível em: . Acesso em: 26 out. 2016.

Estudo INTERHEART: atividade física e raiva ou perturbação emocional como gatilhos do infarto agudo do miocárdio


Estudo INTERHEART: atividade física e raiva ou perturbação emocional como gatilhos do infarto agudo do miocárdio


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Estudo INTERHEART: atividade física e raiva ou perturbação emocional como gatilhos do infarto agudo do miocárdio

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O esforço físico, a raiva1 e os distúrbios emocionais são vistos como desencadeadores do infarto2 agudo3 do miocárdio4 (IAM). No estudo INTERHEART, pesquisadores exploraram a associação da atividade física aguda e da raiva1 ou de perturbações emocionais no desencadeamento do IAM para quantificar a importância desses gatilhos potenciais em uma grande população internacional.
O INTERHEART foi um estudo de caso-controle do primeiro IAM em 52 países. Nesta análise, foram incluídos apenas os casos de IAM e usou-se uma abordagem de caso para estimar o odds ratio para um IAM iniciado dentro de uma hora de ocorrência dos gatilhos.
De 12.461 casos de IAM, 13,6% (n=1.650) estavam envolvidos em atividade física e 14,4% (n=1.752) em situações de raiva1 ou perturbações emocionais no período de uma hora antes do início dos sintomas5.
A atividade física no período foi associada a maior chance de IAM (odds ratio 2,31; intervalo de confiança [IC] de 99% 1,96-2,72), com um risco atribuível à população de 7,7% (IC 99%, 6,3-8,8). Raiva1 ou perturbação emocional no período foi associada com um aumento nas chances de IAM (odds ratio 2,44; IC 99% 2,06-2,89), com um risco atribuível à população de 8,5% (IC 99% 7,0-9,6).
Não houve modificação de efeito por região geográfica, doença cardiovascular prévia, carga de fatores de risco cardiovasculares, uso de medicamentos de prevenção cardiovascular ou hora do dia ou o dia de início do IAM. A atividade física e a raiva1 ou perturbação emocional no período foram associadas a um aumento na probabilidade de IAM (odds ratio 3,05; IC 99% 2,29-4,07; P para a interação<0 p="">Concluiu-se que o esforço físico e a raiva1 ou perturbações emocionais são gatilhos associados ao primeiro IAM em todas as regiões do mundo, em homens e mulheres e em todas as faixas etárias, sem efeitos modificadores significativos.

Leia mais sobre "Infarto do Miocárdio6", "Atividade física" e "Definição de saúde7 cardiovascular ideal na infância".

Fonte: Circulation, de 11 de outubro de 2016

Thursday, October 06, 2016

Mel diluído inibe a formação de biofilme bacteriano: qual o potencial de aplicação em cateter urinário para evitar infecção?


Mel diluído inibe a formação de biofilme bacteriano: qual o potencial de aplicação em cateter urinário para evitar infecção?


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Mel diluído inibe a formação de biofilme bacteriano: qual o potencial de aplicação em cateter urinário para evitar infecção?

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Biofilmes são ubíquos e quando maduros têm uma estrutura complexa de microcolônias em um polissacarídeo extracelular e em matriz extracelular de DNA. Os dispositivos médicos podem abrigar biofilmes, que têm mostrado causar infecções1 e agir como reservatórios para patógenos. Cateteres urinários permanecem por períodos de tempo consideráveis no mesmo local, sendo susceptíveis tanto a incrustações quanto à formação de biofilmes. Estratégias para minimizar a ocorrência de biofilmes formam uma área de pesquisa ativa em biomedicina. O mel Manuka possui, entre outras características, uma propriedade antibacteriana bem estabelecida. Este estudo tem como objetivo avaliar a influência do mel na formação precoce de biofilmes em um modelo in vitro estabelecido.
Um modelo estabelecido de formação precoce de biofilme utilizando culturas bacterianas estáticas, em 96 placas2 de vinil, foi usado para o crescimento de Escherichia coli, linhagem ATC 25922, e Proteus mirabilis, linhagem 7002. Células3 planctônicas foram removidas e o biofilme residual foi corado com o reagente violeta de genciana, sendo subsequentemente fracionado e quantificado espectrofotometricamente. O mel Manuka (Unique Manuka Factor 15+) foi adicionado tanto com as bactérias quanto até 72 horas depois.
Os biofilmes neste modelo foram desenvolvidos ao longo de três dias, após os quais o crescimento estagnou. Culturas mistas de E. coli e P. mirabilis (1:1) cresceram mais lentamente do que as monoculturas. Nas culturas mistas, o mel proporcionou uma redução dependente da dose na formação de biofilmes (entre 3,3 e 16,7% w/v). Em 72 horas, todas as concentrações inibiram maximamente (p<0 -="" 24="" 48="" a="" ader="" ap="" aplica="" bacteriana="" biomassa="" culturas="" de="" e="" horas="" m="" mel="" ncia="" o="" p="" reduziu="" s="" tamb="">Concluiu-se neste estudo que o mel Manuka em diluições tão baixas como 3,3% w/v em alguns protocolos e em 10% ou mais em todos os protocolos testados inibiu significativamente a ligação bacteriana a um substrato de vinil e reduziu o desenvolvimento adicional de biofilme precoce. Nenhum aumento do crescimento sobre os controles não tratados foi observado em qualquer experimento.

Leia também os artigos: "Infecção4 urinária", "Mel ajuda a melhorar a tosse noturna na infância" e "Eficácia do mel em comparação com corticosteroide tópico5 para o tratamento de aftas recorrentes".

Fonte: Journal of Clinical Pathology, publicação online, em 26 de setembro de 2016

NEWS.MED.BR, 2016. Mel diluído inibe a formação de biofilme bacteriano: qual o potencial de aplicação em cateter urinário para evitar infecção?. Disponível em: . Acesso em: 6 out. 2016.

Rabdomiólise - conceito, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução e possíveis complicações


Rabdomiólise - conceito, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução e possíveis complicações


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Rabdomiólise - conceito, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução e possíveis complicações

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O que é a rabdomiólise1?

A rabdomiólise1 é a morte (lise2) das fibras musculares3 devido a uma lesão4 muscular direta ou indireta, com liberação do conteúdo das fibras para a corrente sanguínea. Essas lesões5 se devem a fatores físicos, químicos ou biológicos. Trata-se de uma síndrome6 grave, que conduz a diversas complicações e que, em casos raros, pode até causar a morte. A doença e seus mecanismos foram elucidados pela primeira vez depois da Blitzkrieg (bombardeio alemão) de Londres em 1941.

Quais são as causas da rabdomiólise1?

Existem muitas causas de rabdomiólise1. Mais comumente ela acontece durante grandes injúrias musculares como as que costumam ocorrer em desabamentos, terremotos ou acidentes automobilísticos, por exemplo, mas que também podem acontecer em outras situações como o uso de álcool ou de drogas ilegais, tensão muscular extrema, outras lesões5 por esmagamento, compressão muscular duradoura, uso de certos medicamentos, choque7 elétrico, queda de raio, grandes queimaduras, temperatura corporal muito alta, cetoacidose, algumas miopatias, infecções8 virais ou bacterianas e história anterior de rabdomiólise1.
O exercício físico extenuante, realizado em condições de muito calor e alta umidade em pessoas com hidratação inadequada também pode resultar em rabdomiólise1.
Saiba mais sobre "Choque7 elétrico", "Queimaduras", "Cetoacidose diabética9", "Vírus10" e "Bactérias".

Qual é o mecanismo fisiológico11 da rabdomiólise1?

Na rabdomiólise1 a destruição dos músculos12 ocasiona a liberação de produtos nocivos das fibras musculares3 na corrente sanguínea, os quais afetam todo o organismo, sobretudo os rins13.
Alguns deles, como a mioglobina, por exemplo, uma proteína relacionada à hemoglobina14, podem causar complicações graves, como a insuficiência renal15 aguda. A hemoglobina14 transporta o oxigênio da periferia para os pulmões16, retirando-o dos músculos12. Já a mioglobina, ao contrário, armazena-o nos músculos12.

Quais são as principais características clínicas da rabdomiólise1?

Pode ser difícil de identificar os sinais17 e sintomas18 da rabdomiólise1 porque eles são muito variáveis e podem ocorrer numa área específica do corpo ou afetar o corpo todo.
Os sinais17 e sintomas18 mais comuns são dor muscular, especialmente nos ombros, coxas ou região inferior das costas19, fraqueza muscular nos braços ou pernas, dor abdominal, náuseas20 e/ou vômitos21, febre22, aumento da frequência cardíaca, confusão, desidratação23, perda da consciência, urina24 vermelho escuro ou marrom, urina24 reduzida ou nenhuma produção de urina24.
A tríade sintomatológica clássica, que primeiro chama a atenção para pensar na doença, é composta por:
  1. Mialgia25.
  2. Fraqueza muscular.
  3. Urina24 escura.

Como o médico diagnostica a rabdomiólise1?

Além dos sintomas18, a rabdomiólise1 somente pode ser diagnosticada através de valores aumentados no sangue26 de enzimas que normalmente existem nos músculos12, como a creatina quinase, a mioglobina e o lactato desidrogenase.
Além deles, devem ser medidos também os níveis de cálcio e potássio no sangue26 e de creatinina27 no sangue26 e na urina24, que indicam se há ou não danos aos rins13. Outros exames de urina24 também ajudarão a confirmar o diagnóstico28. A presença de mioglobina na urina24 é uma indicação importante da rabdomiólise1. Em virtude da presença da mioglobina na urina24, liberada pelos rins13 em grande quantidade, a urina24 se torna vermelho-castanha.
No exame físico, o médico deve analisar as partes doloridas dos músculos12 maiores do corpo, para ver se o tecido29 muscular exibe sinais17 de ter morrido.

Como o médico trata a rabdomiólise1?

A rabdomiólise1 sempre requer atendimento médico imediato. O tratamento dependerá do quadro clínico. As formas graves demandam hidratação endovenosa para aumentar a velocidade de eliminação renal30 dos produtos nocivos liberados pelo músculo lesionado. O fluido de reposição deve conter bicarbonato para ajudar a combater o ácido no sangue26 devido à lesão4 muscular. O bicarbonato também ajuda a eliminar a mioglobina dos rins13.
Se o paciente apresentar elevação do potássio, seus níveis devem ser prontamente baixados para evitar arritmias31. Medicamentos à base de bicarbonato e diuréticos32 podem ser convenientes. Os níveis de potássio e cálcio podem ser corrigidos por reposição venosa. Quadros de insuficiência renal15 grave podem precisar temporariamente de hemodiálise33.
Leia também sobre "Insuficiência renal15 aguda" e "Hemodiálise33".

Como evolui a rabdomiólise1?

O curso da rabdomiólise1 varia, dependendo de sua causa. Embora seja uma condição séria, o tratamento imediato muitas vezes traz um bom resultado. Nos casos mais simples da doença, apenas ocorrem elevações assintomáticas das enzimas e, nos mais graves, com risco de vida, acontecem elevações extremas de enzimas, desequilíbrio eletrolítico e lesão4 renal30 aguda.

Quais são as complicações possíveis da rabdomiólise1?

As complicações podem ocorrer tanto nas fases iniciais como nas fases posteriores da doença. A lise2 das fibras musculares3 pode conduzir a complicações tais como insuficiência renal15, quando os rins13 não conseguem remover os resíduos que se concentraram na urina24. Essa é, de fato, a complicação mais temida da rabdomiólise1.
Outras complicações podem provir do desequilíbrio eletrolítico, que pode causar disritmias e danificar as células34 de vários órgãos. Inflamações35 hepáticas36 e coagulação37 intravascular38 disseminada também são complicações possíveis da rabdomiólise1.
Por fim, a rabdomiólise1 pode causar inchaço39 dentro dos músculos12 e pressão nas fáscias em torno deles, o que pode interromper o fornecimento de sangue26 para os músculos12 e destruir permanentemente o tecido29 muscular.
Veja mais sobre "Coagulação37 intravascular38 disseminada" e "Distúrbios hidroeletrolíticos".

ABCMED, 2016. Rabdomiólise - conceito, causas, sintomas, diagnóstico, tratamento, evolução e possíveis complicações. Disponível em: . Acesso em: 6 out. 2016.

Miopatias: como elas são? O que podemos fazer para aliviar as dores?


Miopatias: como elas são? O que podemos fazer para aliviar as dores?


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O que são as miopatias?

Miopatia1 (do grego: myo = músculo + páttheia = padecença, doença) é a designação genérica de várias afecções2 e doenças musculares. São enfermidades musculares alheias a qualquer distúrbio da inervação ou da junção neuromuscular3. Nelas, as fibras musculares4 não funcionam normalmente, o que resulta em sintomas5 de diversas naturezas.

Quais são as causas das miopatias?

As miopatias têm várias causas, incluindo etiologia6 congênita7 ou herdada, infecciosa, metabólica, inflamatória, endócrina e/ou tóxica, induzida por drogas. Quando não há possibilidade de se determinar uma etiologia6, a miopatia1 se diz idiopática8. Pensa-se que as miopatias idiopáticas são imunomediadas ou associadas a doenças do tecido conjuntivo9 (lúpus10 eritematoso11 sistêmico12, artrite reumatoide13, poliarterite nodosa, etc).
Há também uma miopatia1 alcoólica aguda, mas, além da síndrome14 aguda, o álcool pode provocar uma miopatia1 mais crônica. Um defeito genético também tem sido associado a estas doenças.
Leia mais sobre "Lúpus10 eritematoso11", "Artrite reumatoide13" e "Poliarterite nodosa".

Qual é o mecanismo fisiológico15 das miopatias?

As miopatias congênitas16 ou hereditárias são, na sua maioria, doenças crônicas, lentamente progressivas. As miopatias por causas metabólicas, inflamatórias, endócrinas e tóxicas podem ser agudas ou subagudas.
Algumas miopatias podem ocasionar paralisias periódicas devido a mudanças nas taxas sanguíneas de potássio, levando à disfunção muscular. Um defeito genético do canal de íons17 de sódio nas membranas das células18 do músculo também pode ser responsável pela paralisia19, o que pode durar de horas a dias.

Quais são as principais características clínicas das miopatias?

Os sintomas5 mais comuns da miopatia1 incluem fraqueza muscular, dores musculares e hipotonia20. Os sinais21 e sintomas5 gerais são fraqueza muscular proximal22 simétrica, mal-estar, fadiga23, urina24 escura devido à presença de mioglobinúria e/ou febre25. Geralmente não há queixas sensoriais ou parestesias26. No entanto, os reflexos tendíneos profundos podem estar diminuídos ou ausentes nas paralisias por deficiências de potássio.
Pode haver uma miopatia1 alcoólica aguda em pacientes com o hábito de consumir álcool, que se apresenta com dor muscular que envolve principalmente fraqueza dos membros e mioglobinúria. A significância da miopatia1 alcoólica aguda é que a precipitação de mioglobina nos túbulos renais pode causar necrose27 tubular aguda.

Como o médico diagnostica as miopatias?

As suspeitas clínicas devem levantar a hipótese de miopatia1, a ser confirmada pelos testes laboratoriais de creatina quinase, níveis de isoenzimas e de eletrólitos28, cálcio e magnésio, níveis de mioglobina e creatinina29 sérica, ureia30 no sangue31 e níveis de nitrogênio.
O exame de urina32 revela a presença de mioglobinúria com poucas células18 vermelhas na avaliação microscópica. Além disso, deve ser feito um hemograma completo, taxa de sedimentação de eritrócitos33, testes de função da tireoide34, níveis de aspartato aminotransferase, eletrocardiografia, níveis de anticorpos35 antinucleares, testes genéticos e eletromiografia36.
A ressonância magnética37 pode ser usada para avaliar complicações ou descartar a doença neurológica. Em último lugar, a biópsia38 muscular define o diagnóstico39.
Saiba mais sobre "Exame de urina32", "Hemograma", "Eletrocardiograma40", "Eletroneuromiografia", "Ressonância" e "Biópsia38".

Como o médico trata as miopatias?

O tratamento de uma miopatia1 depende da sua etiologia6 e pode variar de simples suporte à terapia sintomática41 para as condições específicas. Não existe, pois, um tratamento único para todas as miopatias.
Os tratamentos atuais para os vários tipos de miopatias compreendem a terapia medicamentosa, fisioterapia42, massagens, acupuntura e até mesmo cirurgia. Tais tratamentos podem incluir gestão das vias respiratórias e hidratação adequadas. Hidratação agressiva e, ocasionalmente, administração de manitol e furosemida para aumentar a diurese43 são essenciais para manter a função renal44.
A avaliação cardiológica e respiratória é essencial em todos os casos de miopatia1, pois muitas distrofias45 musculares se acompanham de comprometimento do músculo cardíaco46 e de redução da capacidade vital47.
Veja mais sobre "Fisioterapia42", "Acunpuntura" e "Distrofias45 musculares".

Como evoluem as miopatias?

A morbidade48 e mortalidade49 das miopatias estão relacionadas à etiologia6 e à gravidade da doença, bem como à presença de comorbidades50.

Quais são as complicações possíveis das miopatias?

As complicações mais comuns das miopatias são arritmia51 cardíaca, hipertensão arterial52, disfagia53, dilatação gástrica aguda, parada respiratória, endocrinopatias54, catarata55, perda auditiva neurossensorial, convulsões, displasias cerebrais e morte precoce.
Leia também sobre "Miosite", "Polimiosite" e "Dermatomiosite".

ABCMED, 2016. Miopatias: como elas são? O que podemos fazer para aliviar as dores?. Disponível em: . Acesso em: 6 out. 2016.

Fisioterapia pélvica em crianças ajuda a melhorar a constipação funcional


Fisioterapia pélvica em crianças ajuda a melhorar a constipação funcional


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A constipação1 funcional (CF) é um problema comum na infância muitas vezes relacionada à disfunção muscular do assoalho pélvico2. Pesquisadores holandeses compararam a eficácia da fisioterapia3 pélvica4 (FP) versus cuidados médicos padrão (CMP) em crianças com constipação1 funcional (CF).
Foi realizado um estudo multicêntrico, randomizado5 e controlado, com 53 crianças (5-16 anos de idade) com constipação1 intestinal definida pelos critérios de Roma III, em hospitais da Holanda, de dezembro de 2009 a maio de 2014. Cuidados médicos padrão (CMP) consistiam em educação, treinamento para usar o banheiro e uso de laxantes6 (n=26), enquanto a fisioterapia3 pélvica4 incluía os CMP além de intervenções fisioterapêuticas específicas (n=27).
Os resultados foram obtidos a partir de relatórios escritos por pediatras e pais dos pacientes. O desfecho primário foi a ausência de CF, de acordo com os critérios de Roma III, após um período de acompanhamento de seis meses. Os desfechos secundários foram os efeitos globais percebidos (variando de 1 a 9, com sucesso definido como pontuação ≥ 8), escalas de avaliações numéricas da qualidade de vida (pai e filho; escala 1-10) e pontos fortes e dificuldades no questionário.
Leia mais sobre "Constipação1 em crianças".
O tratamento foi eficaz para 92,3% das crianças que receberam FP e 63% das crianças que receberam CMP (P=0,011). Significativamente mais crianças submetidas à FP pararam de usar laxantes6 (P=0,009). O sucesso do tratamento (com base no efeito percebido global) foi alcançado por 88,5% dos indivíduos que receberam FP versus 33,3% dos indivíduos que receberam CMP (P<0 a="" ajustadas="" antes="" as="" dias="" diferen="" fp="" i="" m="" maiores="" produziu="" tamb="">versus

após o tratamento, nas escalas numéricas para avaliar a qualidade de vida: um aumento de 1,8 ponto para os pais (P=0,047) e 2,0 pontos para as crianças (P=0,028). Os resultados dos pontos fortes e dificuldades apresentadas no questionário não diferiram significativamente entre os grupos (P=0,78).Concluiu-se que neste estudo controlado, randomizado5, de crianças com CF, a fisioterapia3 pélvica4 foi mais eficaz do que os cuidados médicos padrão em todos os resultados medidos, com exceção dos resultados dos pontos fortes e dificuldades apresentadas no questionário. A FP deve ser considerada como uma opção de tratamento para a CF em crianças de 5 a 16 anos de idade.

Fonte: Gastroenterology, publicação online, de 17 de setembro de 2016

NEWS.MED.BR, 2016. Fisioterapia pélvica em crianças ajuda a melhorar a constipação funcional. Disponível em: . Acesso em: 6 out. 2016.

Intervenções para prevenir e reduzir a síndrome de burnout entre médicos: uma revisão sistemática publicada pelo The Lancet


Intervenções para prevenir e reduzir a síndrome de burnout entre médicos: uma revisão sistemática publicada pelo The Lancet


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Intervenções para prevenir e reduzir a síndrome de burnout entre médicos: uma revisão sistemática publicada pelo The Lancet

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A síndrome1 de burnout ou síndrome1 do esgotamento profissional atingiu níveis epidêmicos entre médicos, como documentado em estudos com médicos em treinamento e médicos praticantes. As consequências são efeitos negativos no cuidado com os pacientes, no profissionalismo, na segurança e nos cuidados médicos individuais, bem como a viabilidade dos sistemas de saúde2. Uma compreensão mais completa sobre a qualidade e as conclusões disponíveis na literatura sobre abordagens para prevenir e reduzir a síndrome1 de burnout entre esses profissionais da saúde2 faz-se necessária.
Nesta revisão sistemática e meta-análise, com publicação online pelo periódico The Lancet, foram avaliados estudos dos bancos de dados MEDLINE, Embase, PsycINFO, Scopus, Web of Science e do Education Resources Information Center, desde o início até 15 de janeiro de 2016, sobre intervenções para prevenir e reduzir a síndrome1 de burnout entre médicos, incluindo estudos de braço único de comparação pré-pós. Foram excluídos os estudos com estudantes de medicina e com profissionais de saúde2 não médicos. Os resultados foram mudanças no esgotamento geral, pontuação de exaustão emocional (e alta exaustão emocional) e pontuação de despersonalização (e alta despersonalização). Foram usados modelos de efeitos aleatórios para calcular as diferenças estimadas na média agrupada para mudanças em cada resultado.
Foram identificados 2617 artigos, dos quais 15 estudos randomizados, incluindo 716 médicos e 37 estudos de coorte3 incluindo 2914 médicos que preencheram os critérios de inclusão. A síndrome1 de burnout diminuiu de 54% para 44% (diferença de 10% [IC 95% 5-14]; p<0 14="" 16="" 21="" 23="" 24="" 34="" 36="" 38="" 40="" 8="" 9="" a="" alta="" de="" despersonaliza="" diminuiu="" e="" emocional="" estudos="" exaust="" i2="0%;" o="" p="" para="" pontos="" pontua="">A literatura indica que ambas as estratégias, estratégia com foco no indivíduo e estratégias estruturais ou organizacionais, podem resultar em reduções clinicamente significativas do burnout entre médicos. Mais pesquisas são necessárias para estabelecer quais intervenções são mais eficazes em populações específicas, assim como determinar qual é a melhor maneira de combinar soluções individuais e organizacionais para proporcionar ainda mais melhorias no bem-estar médico do que os alcançados apenas com soluções individuais.

Leia também "O que saber sobre a síndrome1 de burnout?"

Fonte: The Lancet, publicação online, de 28 de setembro de 2016

NEWS.MED.BR, 2016. Intervenções para prevenir e reduzir a síndrome de burnout entre médicos: uma revisão sistemática publicada pelo The Lancet. Disponível em: . Acesso em: 6 out. 2016.

JAMA Psychiatry: pílula anticoncepcional pode ter a depressão como efeito colateral


JAMA Psychiatry: pílula anticoncepcional pode ter a depressão como efeito colateral


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JAMA Psychiatry: pílula anticoncepcional pode ter a depressão como efeito colateral

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Milhões de mulheres em todo o mundo usam a contracepção1 hormonal. Apesar da evidência clínica da influência dos contraceptivos hormonais sobre o humor de algumas mulheres, as associações entre o seu uso e os distúrbios de humor permanecem inadequadamente avaliados.
Com o objetivo de investigar a relação entre os anticoncepcionais hormonais e o uso posterior de antidepressivos e um diagnóstico2 de depressão, em um hospital psiquiátrico da Dinamarca, pesquisadores da Faculty of Health and Medical Sciences, da University of Copenhagen, realizaram um estudo com publicação online pelo JAMA Psychiatry.
Veja mais em: "Depressão maior ou transtorno depressivo reativo?" e "Depressão em mulheres".
O estudo de coorte3 prospectivo4 combinado a dados do National Prescription Register e do Psychiatric Central Research Register, ambos da Dinamarca, envolveu todas as mulheres e adolescentes, entre 15 e 34 anos, que viviam na Dinamarca e foram acompanhadas de 01 de janeiro de 2000 a dezembro de 2013, quando não tivessem diagnóstico2 anterior de depressão, câncer5 ou trombose6 venosa, não tivessem feito tratamento de infertilidade7 ou obtido prescrição para antidepressivos.
Saiba mais sobre "Prevenção do Câncer5", "Trombose venosa profunda8" e "Infertilidade7".
Mais de um milhão de mulheres (idade média de 24 anos; média de acompanhamento de 6,4 anos) foram incluídas na análise. Em comparação com não usuárias, as usuárias de contraceptivos orais combinados tiveram um risco relativo (RR) da primeira utilização de um antidepressivo de 1,23. Usuárias de pílulas só com progestágeno tiveram um RR para a primeira utilização de um antidepressivo de 1,34; usuárias de patch (norgestrolmin) apresentaram RR de 2,0; usuárias de anel vaginal (etonogestrel) tiveram RR de 1,6 e as usuárias de um sistema intrauterino de levonorgestrel RR de 1,4.
Para diagnósticos de depressão, dados semelhantes ou estimativas ligeiramente mais baixas foram encontrados. Os riscos relativos diminuíram com o aumento da idade. Adolescentes (entre 15 e 19 anos) utilizando contraceptivos orais combinados tiveram um RR de primeira utilização de antidepressivo de 1,8 e aquelas que só usavam pílulas de progestágeno de 2,2. Seis meses após o início do uso de contraceptivos hormonais, o RR do uso de antidepressivos atingiu um pico de 1,4. Quando o grupo de referência foi alterado para aquelas que nunca usaram a contracepção1 hormonal, as estimativas de RR para usuárias de contraceptivos orais combinados aumentaram para 1,7 (IC 95%, 1,66-1,71).
Concluiu-se que o uso de contraceptivos hormonais, especialmente entre as adolescentes, foi associado à posterior utilização de antidepressivos e um primeiro diagnóstico2 de depressão, sugerindo depressão como um potencial efeito adverso do uso de contraceptivo hormonal.
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Fonte: JAMA Psychiatry, publicação online, de 28 de setembro de 2016

NEWS.MED.BR, 2016. JAMA Psychiatry: pílula anticoncepcional pode ter a depressão como efeito colateral. Disponível em: . Acesso em: 6 out. 2016.

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