Monday, October 04, 2010

Chocolate meio-amargo reduz pressão, diz estudo.

Prevenção


Chocolate meio-amargo reduz pressão, diz estudo.


Cientistas alemães sugeriram que um pouco de chocolate meio-amargo por dia pode ajudar a controlar a pressão sangüínea e reduzir os riscos de ataques cardíacos.

Em um artigo publicado no Journal of American Medicine (JAMA), eles descreveram uma pesquisa feita com 44 pessoas que apresentavam problemas de pressão alta.

As pessoas foram divididas em dois grupos: o primeiro teve direito a comer 6 g diárias de chocolate meio-amargo; o segundo, a mesma quantidade de chocolate branco.

Depois de 18 semanas, os pesquisadores observaram que a pressão sangüínea dos primeiros caiu levemente, enquanto entre os segundos nenhuma mudança foi verificada.

Mas a Fundação Britânica para o Coração alertou que o chocolate é "um prazer, e não um tratamento".


Benefícios

A sugestão de que o cacau traz benefícios à saúde não é nova, e pesquisas anteriores haviam sugerido que o alimento poderia inclusive reduzir a pressão sangüínea.

A razão seria a presença dos chamados polifenóis, presentes no chocolate meio-amargo, mas não no branco utilizado na experiência.

No entanto, até então se pensava que os benefícios só viriam com a ingestão de grandes quantidades de chocolate, que seriam anulados pelos efeitos do alto consumo de açúcar e gordura.

Mas os pesquisadores do Hospital Universitário de Colônia disseram que os benefícios poderiam ser alcançados com a ingestão de uma quantidade equivalente a apenas 30 calorias.

Nenhuma das pessoas que comeram chocolate meio-amargo registrou mudanças no peso ou nos níveis de glicose e lipídios.

Em compensação, registraram uma redução na pressão sangüínea que os pesquisadores classificaram de "pequena, mas notável".


Exageros

No artigo, eles disseram que é mais fácil convencer pessoas com problemas de pressão a consumir uma quantidade pequena de chocolate por dia que pedir "mudanças de comportamento complexas".

Mas a nutricionista da Fundação Britânica do Coração, Sara Stanner, alertou para o risco de tal estratégia levar pacientes cardíacos a exagerar no consumo de chocolate.

"Frutas e vegetais também provêm uma série de polifenóis, assim como vitaminas e minerais importantes", ela disse.

"Comer cinco ou mais porções de frutas e vegetais por dia é portanto a melhor maneira de proteger o coração - e não é preciso se preocupar com os exageros."




Fonte: O Globo - http://oglobo.globo.com/

04/07/2007

Obesidade abdominal e síndrome metabólica

Obesidade abdominal e síndrome metabólica



Dr. Ricardo Pavanello


O acúmulo predominante de células gordurosas na região abdominal leva a um aumento de risco de doença cardiovascular e morte prematura. As principais alterações metabólicas associadas com obesidade abdominal são as dislipidemias e a resistência à insulina. Nos últimos anos, os estudos clínicos deixaram claro que o tipo de distribuição de gordura corporal pode ajudar a estratificar o risco cardiovascular.

Na década de 40 o risco era mais associado com a obesidade "andróide" (obesidade abdominal ou corpo em "forma de maçã") do que com a obesidade "ginóide" (obesidade corporal mais baixa ou corpo "em forma de pêra"). Atualmente, sabe-se que há uma relação entre o risco cardiovascular e o volume de gordura intra-abdominal (dentro da cavidade abdominal, ao redor dos órgãos). Podemos quantificá-la através de exames sofisticados como a ressonância magnética ou de uma maneira bem simples: a medida da circunferência da cintura, que não deve ultrapassar 102cm nos homens e 88 cm nas mulheres, conforme recomendação da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

A Síndrome Metabólica (SM) é um conjunto de fatores de risco que associados elevam as chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames e diabetes além de aumentar a mortalidade geral em cerca de 1,5 vezes e a cardiovascular em cerca de 2,5 vezes. Nos Estados Unidos estima-se que 24% da população adulta seja portadora da SM e que aproximadamente 50 a 60% dos americanos com mais de cinqüenta anos também fazem parte dessa preocupante população de alto risco cardiovascular.

No Brasil, o Estudo do Rio de Janeiro, iniciado em 1983, avaliou a pressão arterial em mais de 7 mil jovens e seus familiares, analisando seus fatores de risco cardiovascular. Os resultados deste estudo mostraram uma relação direta entre a pressão arterial e o peso corporal dos jovens e seus familiares. Segundo dados do IBGE, houve uma evolução no perfil antropométrico-nutricional de toda a população brasileira, incluindo crianças e adolescentes entre 1974-1975 e 2002-2003. Alguns fatores contribuem para o aparecimento da SM: os genéticos, o excesso de peso (especialmente na região abdominal) e a vida sedentária. Os fatores de risco são os seguintes: acúmulo de gordura abdominal; HDL colesterol inferior a 40mg/dl em homens e 50mg/dl nas mulheres; níveis de triglicerídeos maiores que 149mg/dl; pressão arterial maior que 134/84mmHg e finalmente glicemia elevada, 110mg/dl ou superior. Quando três ou mais fatores de risco estão presentes estamos diante da síndrome metabólica.

Segundo as pesquisas, um em cada cinco adultos nos Estados Unidos tem a SM, que ocorre com mais freqüência entre os africanos, hispânicos e asiáticos e aumenta com o envelhecimento e mais ainda se o paciente tem uma vida sedentária. A maioria não tem sintomas, entretanto, correm o risco de desenvolver doenças graves, como o infarto do miocárdio e o diabetes.

Está comprovado que exercício físico e dieta são considerados terapia de primeira escolha levando a redução expressiva da circunferência abdominal e da gordura visceral, podendo ainda melhorar a sensibilidade à insulina, reduzindo os níveis de glicose. Simultaneamente há redução da pressão arterial e nos níveis de triglicérides, bem como aumento do HDL-colesterol. Há recomendações em relação ao plano alimentar como reduzir a ingestão de calorias sob a forma de gorduras e mudar o consumo de gorduras saturadas para gorduras insaturadas assim como reduzir o consumo de gorduras trans (hidrogenada) e aumentar a ingestão de frutas, hortaliças, leguminosas e cereais integrais, diminuindo a ingestão de açúcar e sal, consumidos habitualmente em excesso.

A boa notícia é que não só os pesquisadores e médicos estão atentos à presença dos fatores de risco, mas também as nutricionistas e os profissionais do esporte, facilitando a identificação do problema, podendo-se evitar o aparecimento de futuras doenças cardíacas e suas complicações.


Fonte: http://www.nutricaoclinica.com.br

02/03/2010

Aspectos atuais na nutrição do diabético

Aspectos atuais na nutrição do diabético



Jornalista Fabiana Fontainha
Burson Masteller

Dr. Daniel Magnoni
Coordenador do Comitê do Selo de Aprovação SBC

Dados do Ministério da Saúde revelam que o Diabetes Mellitus atinge 11% das pessoas com mais de 40 anos no Brasil, correspondendo a 11 milhões de pacientes. Segundo a Federal Internacional do Diabetes, são mais de 151 milhões de diabéticos no mundo todo.

As atuais recomendações médicas nacionais e internacionais, como da Sociedade Americana de Diabetes, reforçam a necessidade da dieta equilibrada para alcançar e manter níveis normais de glicose no sangue, pressão sanguínea e índices adequados de lipídios e proteínas. Esses são fatores que contribuem para a prevenção e redução das complicações da patologia.

Determinados alimentos possuem nutrientes favoráveis à saúde do paciente com diabetes. As leguminosas como a soja, por exemplo, possuem proteínas vegetais e são boas fontes de fibras para o controle da glicemia. As hortaliças verdes e amarelas possuem vitaminas e carotenóides que combatem os radicais livres, já os vegetais e frutas vermelhas possuem licopeno (um tipo de carotenóide com ação antioxidante). Outras frutas possuem fibras solúveis, vitamina C e potássio. Leites, iogurtes e derivados são alimentos protéicos e fontes de cálcio. Carnes e ovos são fontes de proteínas e ferro. Para prevenir doenças coronarianas, o consumo de gorduras e carboidratos são permitidos de forma equilibrada. Algumas linhas terapêuticas sugerem o controle da quantidade diária de carboidratos, outras a avaliação do índice glicêmico dos alimentos, mas o primeiro passo é a adoção de uma dieta balanceada.

Determinados alimentos possuem nutrientes favoráveis à saúde do paciente com diabetes. As leguminosas como a soja, por exemplo, possuem proteínas vegetais e são boas fontes de fibras para o controle da glicemia. As hortaliças verdes e amarelas possuem vitaminas e carotenóides que combatem os radicais livres, já os vegetais e frutas vermelhas possuem licopeno (um tipo de carotenóide com ação antioxidante). Outras frutas possuem fibras solúveis, vitamina C e potássio. Leites, iogurtes e derivados são alimentos protéicos e fontes de cálcio. Carnes e ovos são fontes de proteínas e ferro. Para prevenir doenças coronarianas, o consumo de gorduras e carboidratos são permitidos de forma equilibrada. Algumas linhas terapêuticas sugerem o controle da quantidade diária de carboidratos, outras a avaliação do índice glicêmico dos alimentos, mas o primeiro passo é a adoção de uma dieta balanceada.

Suplementos orais

Existem suplementos formulados especialmente para os diabéticos. Eles melhoram o controle da glicemia e diminuem o risco de complicações desencadeadas pela doença.

Os principais componentes desses suplementos são: caseinato de cálcio, proteína isolada de soja, os lipídios monoinsaturados e as fibras solúveis. Pesquisas mostram que estes nutrientes auxiliam na diminuição do colesterol sérico e na redução da resistência à insulina. Desta forma, melhoram o controle glicêmico, promovem saciedade, nutrição adequada e reduzem o risco de doenças cardiovasculares.

O suplemento oral ajuda a suprir as necessidades das pessoas que têm dificuldade de manter a dieta balanceada. É o melhor lanche para ser consumido entre as refeições.

"Dez passos para uma alimentação saudável"

1.Estabeleça horários para as refeições com 5 a 6 refeições/dia
2.Consuma variados tipos de legumes, verduras e frutas
3.Escolha alimentos ricos em fibras
4.Evite alimentos ricos em açúcares como doces, refrigerantes, chocolates e outras guloseimas
5.Consuma pouco sal
6.Diminua o consumo de gorduras como manteiga, margarina e frituras
7.Evite fumar e consumir bebidas alcoólicas
8.Beba água
9.Mantenha o peso saudável
10.Tenha uma alimentação saudável e faça atividade física moderada e regularmente

Fonte: Cartilha do Ministério da Saúde para a "Política Nacional de Atenção Integral à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus"



Fonte: http://www.nutricaoclinica.com.br

02/03/2010

Hipertensão arterial - aspectos nutricionais 2

Hipertensão arterial - aspectos nutricionais


Nutricionista Cyntia Carla da Silva
Nutricionista clínica do Hospital do Coração
Coordenadora de Nutrição Assistencial do Hcor
Hipertensão e suas conseqüências:

A hipertensão arterial popularmente conhecida como "pressão alta" é uma doença que atinge uma grande parcela da população do Brasil e mundo. É um dos fatores que aumentam o risco de infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (derrame) e outras doenças cardiovasculares.

Além da hipertensão, outros fatores de risco devem ser observados, dentre eles: dislipidemias (aumento das gorduras no sangue), tabagismo, consumo de álcool, hábitos alimentares inadequados, obesidade, diabetes, sedentarismo e stress. Quanto mais fatores de riscos associados maiores são as chances de problemas como infarto e derrame.

Um dos problemas para o diagnóstico da hipertensão arterial se deve ao fato de que em muitos casos não existem sintomas aparentes. Muitas pessoas convivem com a doença por um longo tempo antes de descobrirem que são hipertensos.

Dentre os sintomas que podem ser observados quando a pressão atinge valores muito elevados, ou quando há um pico súbito devido a causas diversas, temos a cefaléia, que geralmente é pulsátil, sensação de calor, dispnéia, opressão no peito, e em casos graves, alterações da consciência e crises convulsivas.

Uma vez estabelecido o diagnostico de hipertensão e afastado causas secundárias que podem cursar com elevação da pressão, como doenças renais e endocrinológicas, é importante aprender a conviver com ela. Isso porque a hipertensão primária ou essencial é causada por fatores genéticos, não havendo cura, mas podendo ser controlada através de alimentação adequada, medicações específicas e mudanças no estilo de vida.

O papel da alimentação na prevenção e controle da hipertensão arterial:

O sódio é um sal mineral que está presente naturalmente em alguns alimentos e é o principal componente do sal de cozinha e de uma série de outros conservantes. Há muito tempo o sódio tem sido considerado importante fator no desenvolvimento e na intensidade da hipertensão arterial.

A evolução da espécie humana, e conseqüentemente a modificação dos hábitos alimentares e as formas de conservação e preparo de alimentos, tiveram um papel importante no aparecimento da hipertensão ao longo destes milhares de anos.

Desde os nossos antepassados pré-históricos até hoje, o consumo de sal vem aumentando progressivamente. O primeiro aumento significativo do consumo de sal na alimentação humana ocorreu com o advento da agricultura e a conseqüente necessidade de conservação dos alimentos que eram produzidos em grande escala.

Os chineses descobriram há cerca de 4.000 anos que o sal era capaz de conservar os alimentos. Desde então, até os dias atuais o sal é um dos aditivos de conservação mais abundantes nos alimentos processados.

O consumo médio de sal da população gira em torno de 10 a 12 gramas/dia. Este consumo refere-se ao sódio natural dos alimentos, ao sal adicionado durante o preparo e do consumo de alimentos processados que apresentam sódio. O consumo total de sódio pode ser considerado proveniente de três maneiras: 75% de alimentos processados, 10% de sódio do próprio alimento 15% de sal de adição.

A recomendação do consumo de sal para as pessoas hipertensas é de 6 gramas de sal por dia, já incluindo o sal natural dos alimentos.

Diminuindo o consumo de sódio:

Para que as recomendações de redução do sal na alimentação sejam cumpridas é necessário selecionar com atenção os alimentos e prepará-los de forma adequada. Algumas atitudes simples podem reduzir de forma significativa o sal da dieta, siga estas recomendações:

"Não adicione sal aos alimentos que já estão preparados, nada de deixar o saleiro à mesa

"Cozinhe e prepare os alimentos com a quantidade mínima de sal que lhe foi orientada por seu médico ou nutricionista

"Comece a prestar atenção nos diferentes sabores dos alimentos, e que muitas vezes estavam mascarados pelo uso excessivo de sal

"Não utilize realçantes de sabor com caldos de carne, frango ou legumes; nem outros condimentos como molho inglês, molho de soja, mostarda preparada, catchup e todos os demais temperos prontos

"Incremente o aroma e sabor das refeições com temperos e condimentos naturais do tipo alho, cebola e ervas aromáticas como manjericão, salsa, cebolinha, alecrim, orégano, gengibre e outras de sua preferência

"Não consuma alimentos industrializados, principalmente conservados em salmoura como enlatados e vidrarias além de sopas e caldos prontos

"Cuidado com os aperitivos tipos salgadinhos industrializados como: batata frita, amendoim torrado e queijos

"Frios e embutidos também devem evitados

"E agora uma outra dica bastante importante: aumente bastante o consumo de alimentos ricos em potássio, pois o potássio age no organismo de forma contrária ao sódio, ou seja, ele diminuiu a pressão arterial. Os alimentos ricos em potássio são as frutas e sucos de fruta,legumes e verduras frescas além de leguminosas como feijão, ervilha, lentilha e grão de bico

"Além de tudo isto evite também o consumo excessivo de café (3 xícaras por dia, evitando café expresso) e evite o consumo de gordura animal como carnes gordas e leite e derivados integrais. Prefira gorduras vegetais como óleos de soja, canola e oliva.

Outros cuidados importantes:

A obesidade está estreitamente relacionada com a hipertensão arterial. Desta forma é fundamental que os indivíduos hipertensos mantenham seu peso dentro da faixa de normalidade. Para aqueles que se encontram acima do peso, deve-se introduzir uma dieta hipocalórica (com baixa caloria) e promover uma reeducação alimentar, com a incorporação de hábitos alimentares saudáveis para que ocorra não apenas redução de peso, mas também manutenção do peso adequado. Como grande aliado no controle do peso corporal e também da própria hipertensão temos a prática regular de exercícios físico. Por isso converse com seu médico para que ele oriente qual é a melhor atividade para seu caso, escolha a que mais lhe agrada e mexa-se.

Outras medidas como parar de fumar e não utilizar bebidas alcoólicas são extremamente importantes para o controle da hipertensão. E lembre-se: todas estas medidas além de ajudarem no controle da hipertensão promovem uma melhor qualidade de vida!




Fonte: http://www.nutricaoclinica.com.br

02/03/2010

Hipertensão arterial - aspectos nutricionais

Hipertensão arterial - aspectos nutricionais


Nutricionista Cyntia Carla da Silva
Nutricionista clínica do Hospital do Coração
Coordenadora de Nutrição Assistencial do Hcor
Hipertensão e suas conseqüências:

A hipertensão arterial popularmente conhecida como "pressão alta" é uma doença que atinge uma grande parcela da população do Brasil e mundo. É um dos fatores que aumentam o risco de infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (derrame) e outras doenças cardiovasculares.

Além da hipertensão, outros fatores de risco devem ser observados, dentre eles: dislipidemias (aumento das gorduras no sangue), tabagismo, consumo de álcool, hábitos alimentares inadequados, obesidade, diabetes, sedentarismo e stress. Quanto mais fatores de riscos associados maiores são as chances de problemas como infarto e derrame.

Um dos problemas para o diagnóstico da hipertensão arterial se deve ao fato de que em muitos casos não existem sintomas aparentes. Muitas pessoas convivem com a doença por um longo tempo antes de descobrirem que são hipertensos. Dentre os sintomas que podem ser observados quando a pressão atinge valores muito elevados, ou quando há um pico súbito devido a causas diversas, temos a cefaléia, que geralmente é pulsátil, sensação de calor, dispnéia, opressão no peito, e em casos graves, alterações da consciência e crises convulsivas.

Uma vez estabelecido o diagnostico de hipertensão e afastado causas secundárias que podem cursar com elevação da pressão, como doenças renais e endocrinológicas, é importante aprender a conviver com ela. Isso porque a hipertensão primária ou essencial é causada por fatores genéticos, não havendo cura, mas podendo ser controlada através de alimentação adequada, medicações específicas e mudanças no estilo de vida.

O papel da alimentação na prevenção e controle da hipertensão arterial:

O sódio é um sal mineral que está presente naturalmente em alguns alimentos e é o principal componente do sal de cozinha e de uma série de outros conservantes. Há muito tempo o sódio tem sido considerado importante fator no desenvolvimento e na intensidade da hipertensão arterial.

A evolução da espécie humana, e conseqüentemente a modificação dos hábitos alimentares e as formas de conservação e preparo de alimentos, tiveram um papel importante no aparecimento da hipertensão ao longo destes milhares de anos. Desde os nossos antepassados pré-históricos até hoje, o consumo de sal vem aumentando progressivamente. O primeiro aumento significativo do consumo de sal na alimentação humana ocorreu com o advento da agricultura e a conseqüente necessidade de conservação dos alimentos que eram produzidos em grande escala. Os chineses descobriram há cerca de 4.000 anos que o sal era capaz de conservar os alimentos. Desde então, até os dias atuais o sal é um dos aditivos de conservação mais abundantes nos alimentos processados.

O consumo médio de sal da população gira em torno de 10 a 12 gramas/dia. Este consumo refere-se ao sódio natural dos alimentos, ao sal adicionado durante o preparo e do consumo de alimentos processados que apresentam sódio. O consumo total de sódio pode ser considerado proveniente de três maneiras: 75% de alimentos processados, 10% de sódio do próprio alimento 15% de sal de adição. A recomendação do consumo de sal para as pessoas hipertensas é de 6 gramas de sal por dia, já incluindo o sal natural dos alimentos.

Diminuindo o consumo de sódio:

Para que as recomendações de redução do sal na alimentação sejam cumpridas é necessário selecionar com atenção os alimentos e prepará-los de forma adequada. Algumas atitudes simples podem reduzir de forma significativa o sal da dieta, siga estas recomendações:

"Não adicione sal aos alimentos que já estão preparados, nada de deixar o saleiro à mesa

"Cozinhe e prepare os alimentos com a quantidade mínima de sal que lhe foi orientada por seu médico ou nutricionista

"Comece a prestar atenção nos diferentes sabores dos alimentos, e que muitas vezes estavam mascarados pelo uso excessivo de sal

"Não utilize realçantes de sabor com caldos de carne, frango ou legumes; nem outros condimentos como molho inglês, molho de soja, mostarda preparada, catchup e todos os demais temperos prontos

"Incremente o aroma e sabor das refeições com temperos e condimentos naturais do tipo alho, cebola e ervas aromáticas como manjericão, salsa, cebolinha, alecrim, orégano, gengibre e outras de sua preferência

"Não consuma alimentos industrializados, principalmente conservados em salmoura como enlatados e vidrarias além de sopas e caldos prontos

"Cuidado com os aperitivos tipos salgadinhos industrializados como: batata frita, amendoim torrado e queijos

"Frios e embutidos também devem evitados

"E agora uma outra dica bastante importante: aumente bastante o consumo de alimentos ricos em potássio, pois o potássio age no organismo de forma contrária ao sódio, ou seja, ele diminuiu a pressão arterial. Os alimentos ricos em potássio são as frutas e sucos de fruta,legumes e verduras frescas além de leguminosas como feijão, ervilha, lentilha e grão de bico

"Além de tudo isto evite também o consumo excessivo de café (3 xícaras por dia, evitando café expresso) e evite o consumo de gordura animal como carnes gordas e leite e derivados integrais. Prefira gorduras vegetais como óleos de soja, canola e oliva.

Outros cuidados importantes:

A obesidade está estreitamente relacionada com a hipertensão arterial. Desta forma é fundamental que os indivíduos hipertensos mantenham seu peso dentro da faixa de normalidade. Para aqueles que se encontram acima do peso, deve-se introduzir uma dieta hipocalórica (com baixa caloria) e promover uma reeducação alimentar, com a incorporação de hábitos alimentares saudáveis para que ocorra não apenas redução de peso, mas também manutenção do peso adequado. Como grande aliado no controle do peso corporal e também da própria hipertensão temos a prática regular de exercícios físico. Por isso converse com seu médico para que ele oriente qual é a melhor atividade para seu caso, escolha a que mais lhe agrada e mexa-se.

Outras medidas como parar de fumar e não utilizar bebidas alcoólicas são extremamente importantes para o controle da hipertensão. E lembre-se: todas estas medidas além de ajudarem no controle da hipertensão promovem uma melhor qualidade de vida!



Fonte: http://www.nutricaoclinica.com.br

02/03/2010

Gordura Alimentar - Relação com as dislipidemias

Gordura Alimentar - Relação com as dislipidemias


Dr. Daniel Magnoni
Coordenador do Comitê do Selo de Aprovação SBC

A sociedade moderna, como a conhecemos na atualidade, recebeu inúmeras incorporações de mudanças em hábitos alimentares a partir de meados do século XIX, mais especificamente, durante a revolução industrial.

No rol de novos hábitos nutricionais, esta inserida a diminuição na ingestão de fibras, aumento no consumo de açúcares e de gorduras.

De forma gradual, em um crescimento constante, começamos a conhecer verdadeiras epidemias de doenças que foram caracterizadas como próprias de países desenvolvidos.

Dentre as principais doenças, relacionadas aos novos estilos de vida, destacamos a Obesidade, Hipertensão Arterial Sistêmica, Dislipidemias, Diabetes Melitus e a doença aterosclerótica.1,2,3

A doença aterosclerótica constitui uma das principais causas de mortalidade e morbidade no Brasil. Estimativas do Ministério da Saúde e dados do Sistema Único de Saúde (SUS) consideram a possibilidade de 300000 mortes por ano devido a problemas relacionados diretamente com a aterosclerose em artérias coronárias. 3,4

A quantidade e o tipo de gordura ingerida na alimentação influencia diretamente os níveis séricos dos lípides. A saturação dos ácidos graxos pode modificar a evolução da doença aterosclerótica, na medida que altera o colesterol total e o LDL colesterol.

Os receptores celulares para o colesterol podem ser reduzidos de forma relativa na ocorrência de altas taxas séricas de gordura saturada que também, devido a sua estrutura retilínea, propicia uma maior concentração de colesterol nas LDL-c.

Um dos grandes vilões da atualidade, devido ao alto consumo de alimentos oriundos de fast foods, são os ácidos graxos de configuração trans. Resultado da hidrogenação dos óleos vegetais polinsaturados, estão presentes em inúmeros produtos comerciais e nas margarinas duras.

Dentre as inúmeras ações metabólicas das gorduras trans, destaca-se a possibilidade de ocupar os receptores hepáticos para o colesterol, promovendo de forma direta o aumento sérico do LDL colesterol. Desta forma, merece consideração na pratica clínica, a indicação de controle dietético voltado às ações preventivas.

A incorporação de hábitos nutricionais saudáveis pressupõe a utilização racional de gordura saturada, privilegiando o consumo de polinsaturadas e monoinsaturadas.
Outras recomendações limitam o consumo de carboidratos e sugerem o aumento no consumo de fibras e demais alimentos funcionais.5,6

O impacto da obesidade nas doenças cardiovasculares e o aumento alarmante nos índices de obesidade na totalidade dos países sugere ações de saúde voltadas às medidas de prevenção e educação.7

A incorporação da atividade física, como prática rotineira no dia a dia dos indivíduos e orientação primeira nas condutas multidisciplinares em prevenção primária e secundária da doença aterosclerótica, já faz parte do rol de consensos das sociedades médicas de cardiologia.8,9

Por fim, destacamos as recomendações do NCEP, programa americano de educação no controle do colesterol, baseado em recomendações oriundas de consensos de especialistas.5

Recomendações sobre o controle das Dislipidemias:

Tabela 1: Alterações recomendadas pela NCEP, para estilo de vida saudável, em prevenção da DCV "National Cholesterol Education Program" 2001.

Nutrientes

Ingestão Recomendada

Gordura Saturada:

<7% do total calórico *

Gordura Polinsaturada

até 10% do total calórico

Gordura Monoinsaturada

até 20% do total calórico

Gorduras totais

25%-35% do total calórico

Carboidratos

50-60% do total calórico **

Proteínas

aprox.15% do total calórico

Fibras

20-30g/dia

Colesterol

<200mg/dia*

Redução de Peso



Atividade Física



Observações:



* se o LDL colesterol esta dentro dos valores normais e não existe fator de risco para doença cardiovascular, poderemos considerar valores < 10% para a gordura saturada e 300 mg/dia para colesterol

** Carboidratos complexos

Referencias Bibliográficas

Keys A, Anderson JT, Grande F. Serum cholesterol response to change the diet. Metabolism, 1965, 14: 747 - 758
Hargrove RL, Etherton TD, Pearson TA, Harrison EH, Etherton PMK. Loow fat and high Monounsaturated fat diets decrease human low density lipoprotein oxidative susceptibility in vitro. Journal of nutrition (131): 1758 - 1763, 2001
Neves NMS, Evidências Epidemiológicas. In: Nutrição e doença cardiovascular. Rio de janeiro: Guanabara Koogan 1997;11-24.
DATA SUS. www.datasus.gov.br
Expert panel on detection, evaluation and treatment of high blood cholesterol in adults: Executive summary of the third report of the national cholesterol education program. NCEP, (National Cholesterol Education Program) JAMA 285: 2486 - 2497, 2001.
Franz MJ et al. Evidence - based nutrition principles and recommendations for the treatment and prevention of diabetes and related complications. Diabetes Care 26 (suppl.) 1S51-S61, 2003
Krauss RM, Winston M, Fletcher RN, Grundy SM. Obesity: impact of cardiovascular disease. Circulation 98: 1472-1476, 1998
www.cardiol.br
NIH Consensus Development Panel on Physical Activity and Cardiovascular Health: Physical Activity and cardiovascular health. JAMA 276: 241 - 246, 1996


Fonte: http://: www.nutricaoclinica.com.br

Cálcio: muito além de ossos e dentes

Cálcio: muito além de ossos e dentes


Isabela Cardoso Pimentel
Especialista em Nutrição em Cardiologia pela SOCESP
Nutricionista clínica Hcor/SP


O cálcio é o mineral mais abundante no organismo humano representando cerca de 1,5 a 2,0% do peso corpóreo.
Sempre associado a formação e manutenção de ossos e dentes, o cálcio desempenha também fundamental papel metabólico.
Ao redor de 1% do cálcio contido no organismo está presente no plasma e pode ser subdividido em 3 categorias:

- Cálcio ionizado ou livre (50%), que é difusível pela membrana capilar.
- Cálcio não- ionizável (10%), que é ligado a substâncias como citrato ou fosfato e também é difusível pela membrana capilar.
- Cálcio ligado à proteínas, como albumina ou globulina (40%), que não é difusível pela membrana capilar.

A fração de cálcio ionizado é importante para a maioria das funções do cálcio no organismo como seu efeito sobre a freqüência cardíaca, sistema nervoso, coagulação sanguínea, além da formação óssea.

A estreita variação dos níveis de cálcio sérico é regulada principalmente pela ação do hormônio da paratireóide - paratormônio (PTH) - e com menor efeito pela calcitonina secretada pela tireóide.

Em situações de baixa ingestão do mineral, doenças como raquitismo, gravidez ou lactação, a menor redução da concentração de íons cálcio no líquido extracelular determina secreção do PTH e mobilização dos depósitos de cálcio (ossos) para que se mantenha níveis normais entre 9,0 a 10,0 mg/dl (2,4 mmol/l).

Se por motivos agudos ou crônicos houver queda progressiva dos níveis de cálcio, a hipocalcemia leva ao quadro de tetania, desencadeada pelo aumento da excitabilidade das fibras nervosas devido aumento da permeabilidade da membrana aos íons sódio. A tetania caracteriza-se por contração involuntária principalmente na mão, mas podendo progredir para outras partes do corpo ou evoluir para convulsão.

Outros efeitos da hipocalcemia são na hemostasia e no coração.

Na ausência de íons cálcio, não é possível ocorrer coagulação sanguínea, pois todas as etapas de coagulação da via intrínseca, com exceção das duas primeiras, dependem da presença de cálcio.

Com relação ao coração, o cálcio leva os músculos cardíacos a se contrair, quando há hipocalcemia, o coração perde sua capacidade de bombear eficientemente o sangue, ocorre "flacidez cardíaca" e lentidão na freqüência cardíaca.

Referências bibliográficas:
Gyuton, A.C., Tratado de Fisiologia Médica, 8 ed. Guanabara Koogan, 1992.
Mahan, L.K., Arlin M.T., Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia, 8ed, Roca, 1995.



Fonte: http://www.nutricaoclinica.com.br

14/04/2010

Fibras e metabolismo lipídico

Fibras e metabolismo lipídico


Nutr. Rosana P. Costa
Dr. Daniel Magnoni

Há muitos anos relaciona-se diretamente as fibras com a prevenção e tratamento das dislipidemias.

Nos anos mais recentes, inúmeras ações de medicina preventiva, procuram identificar procedimentos dietéticos que possam, de maneira barata e amplamente aceitável pelos costumes culturais, ampliar o leque de alimentos funcionais com relação ao diagnóstico dislipidemia.

A ocorrência de doenças coronarianas tem levado muitos pesquisadores a realizar estudos comparativos com populações menos atingidas por esses problemas. Os resultados encontrados têm demonstrado existir uma relação entre a prevalência crescente dessas doenças com o consumo de dietas com menor conteúdo de fibras.

As dietas ricas em gordura saturada e colesterol são consideradas de efeito aterogênico, por elevarem os níveis plasmáticos de colesterol e triglicérides, portanto, fator de risco na etiologia da doença isquêmica cardiovascular.

A hipercolesterolemia é um dos fatores de risco mais importantes no desenvolvimento da doença coronariana. Valores de colesterol sanguíneo acima de 200mg/dl aumentam, de forma significativa, o risco de cardiopatia isquêmica.

Um dos principais estudos que demonstrou a relação entre consumo elevado de gordura saturada e colesterol e risco maior de desenvolver doença coronariana foi o Seven Countries Study (Estudo dos Sete Países) de Keys.

A partir desse estudo, foram identificados outros componentes alimentares que têm ligação positiva ou negativa com risco de doença coronariana, entre eles, a quantidade e composição das gorduras, proteínas, carboidratos, vitaminas, minerais, álcool, e produtos fitoquímicos encontrados nos alimentos, como: proteína da soja, certos ácidos graxos insaturados e as fibras solúveis que afetam as concentrações de colesterol plasmático.

Embora as fibras solúveis e insolúveis protejam o organismo contra várias patologias como diabetes mellitus, doença coronariana e isquêmica do coração, obesidade e os mais diversos distúrbios do aparelho digestivo, as pesquisas mais recentes têm enfocado os efeitos hipocolesterolêmicos das fibras solúveis. Além disso, também podem influenciar diretamente ou indiretamente outros fatores ligados à doença cardiovascular, como, por exemplo, hiperinsulinemia, hiperglicemia, hipertensão, obesidade e fatores hemostáticos.

A ação das fibras solúveis no controle do colesterol está relacionado pelas propriedades físico-químicas presente, ou seja, na retenção de água, solubilidade aparente, capacidade de ligação e degradação.

O farelo de aveia é o alimento mais rico em fibras solúveis e com maior capacidade de diminuir o colesterol sangüíneo. É proveniente de um processo mecânico da separação do grão de aveia e esta por sua vez, faz parte do grupo de cereais, como o arroz, trigo e milho.

Estudos com farelo de aveia demonstram forte ação hipocolesterolemiante, provavelmente pelo seu conteúdo de goma onde observou-se diminuição do colesterol total e LDLc. Este efeito pode ser atribuído a absorção de ácidos biliares, após sua desconjugação pelas bactérias intestinais, sendo excretado pelas fezes, diminuindo o pool de ácidos biliares no ciclo êntero-hepático; ou aos ácidos graxos de cadeia curta, produzidos pela degradação bacteriana das fibras no cólon, os quais, também, inibiriam a síntese de colesterol hepático e incrementariam a depuração de LDL.

Anderson e Gustafon estudaram oito homens hipercolesterolêmicos para determinar os efeitos da suplementação de farelo de aveia sobre os níveis de lípides plasmáticos. Os pacientes consumiram alternadamente uma dieta controle e uma dieta suplementada com farelo de aveia, durante 10 dias. Ambas dietam continham quantidades semelhantes de calorias, proteínas, carboidratos, gorduras e colesterol, diferindo apenas na inclusão de 100g de farelo de aveia. Os indivíduos que receberam a dieta suplementada, houve uma redução média de 13% nos níveis de colesterol plasmáticos, 14% nos níveis de LDLc e sem alteração nos valores de HDLc.

Outras combinações de fibras solúveis também foram avaliadas. Tai et al investigaram o efeito de goma guar e psílio em indivíduos que consumiram dieta com baixo teor de gordura suplementada com 16,5 g de fibra ou placebo. O grupo que recebeu dieta acrescida de fibras, reduziu em 3,2% os níveis de LDL-c e 5,5% o colesterol total, sem alteração no HDL-c e triglicérides.
Em 1990, uma análise de ensaios clínicos utilizando goma guar como agente hipolipemiante demonstrou que houve uma redução de 11% nos níveis de colesterol total.

A goma guar é o polissacarídeo de reserva nutricional das sementes de leguminosas. Da mesma forma que as outras fibras, não pode ser digerida no intestino delgado. Acredita-se que a sua propriedade de aumentar a viscosidade de conteúdo gastrointestinal, é a principal responsável pelo retardo da absorção de nutrientes no intestino delgado. É considerada também altamente eficaz na diminuição da hiperglicemia pós-prandial, do peso corporal e das concentrações de colesterol, tanto em indivíduos obesos como em diabéticos e também do aumento da sensibilidade à insulina, incrementando a atividade da lipase - lipoprotéica (PL), possibilitando a redução das lipoproteínas e dos ácidos biliares.

Uma meta-análise mais recente sobre os efeitos redutores de colesterol do psílio relatou redução de 6,7% no LDL após consumo médio de 10,4 gramas de psílio durante 8 semanas.

Embora a absorção de colesterol seja alterada por várias fontes de fibras, nem todas produzem o mesmo efeito. A lignina tem efeito hipocolesterolêmico, enquanto a celulose pouco altera o metabolismo dos lipídeos. Já o consumo de pectina demonstra resposta positiva na redução dos níveis de colesterol.

A pectina é um polímero gelacturônico presente na casca branca interna de várias frutas, principalmente as maçãs e as frutas cítricas. Vários estudos têm demonstrado seu efeito hipocolesterolêmico na redução dos níveis séricos e hepáticos de colesterol total em indivíduos sadios.

Pesquisas realizadas por Baig e Cerda à respeito das interações que existem entre a pectina e as lipoproteínas do plasma, concluíram que quando suplementada na dieta, acarreta redução dos níveis séricos e hepáticos de colesterol, tanto em seres humanos como em animais de experimentação.

Existem algumas teorias para explicar a ação das fibras sobre o metabolismo das gorduras.

A absorção de água, pelos diferentes tipos de fibras, produz uma diluição que altera a digestão e absorção das gorduras.

Estudos realizados sobre a modificação da flora intestinal tem levado a crer que isto pode ocorrer em parte devido à um aumento da água das fezes, o que também contribuiria para a maior diluição do conteúdo fecal e consequente alteração na digestão e absorção de gorduras.

A absorção intestinal de colesterol depende da disponibilidade de sais biliares e fosfolipídeos para a formação de micelas. Se os níveis de ácidos biliares estão reduzidos, o resultado seria a consequente queda na formação de micelas.

As fibras se ligam aos sais biliares no intestino, diminuindo sua reabsorção, o que resulta em menos colesterol disponível no fígado para a síntese de lipoproteínas. As fibras solúveis são quase completamente fermentadas no cólon, produzindo ácidos graxos de cadeia curta os quais podem inibir a síntese hepática de colesterol e incrementar a depuração de LDL.

Os mecanismos de ação ainda permanecem imprecisos, mas devem estar envolvidos com sua viscosidade e capacidade de proteção da mucosa intestinal, interferindo na absorção dos lipídeos. Outra maneira de ação dessa fibra vegetal seria através da redução da glicemia pós- prandial e da concentração de insulina, reduzindo o estímulo para a síntese hepática de colesterol.

Embora já esteja comprovada essa ação das fibras solúveis, ainda não se conhece totalmente seu mecanismo, contudo, sabe-se que elas modificam a absorção e o metabolismo dos ácidos biliares, aumentando a excreção do colesterol. As fibras interferem ainda na absorção e metabolismo dos lipídeos e produzem ácidos graxos de cadeia curta, a partir da fermentação.

Níveis elevados de triglicérides séricos constituem importante fator de risco para doença coronariana. Em pacientes diabéticos, níveis de triglicérides acima de 150mg/dl são tão prejudiciais quanto o aumento dos níveis plasmáticos de colesterol.

Anderson realizou acompanhamento durante 48 meses em um grupo de pacientes diabéticos que receberam suplementos de fibra dietética e constatou uma redução dos níveis sanguíneos de triglicérides e colesterol, em pacientes portadores de hipertrigliceridemia, além da redução dos níveis plasmáticos de glicose e das doses de insulina e hipoglicemiantes orais.

No entanto, não está totalmente esclarecido o papel da fibra no tratamento da hipertrigliceridemia, sendo que, em alguns estudos, não são constatados resultados conclusivos, porém o que se sabe é que o estabelecimento de programas terapêuticos que incluam manutenção do peso adequado, redução da ingestão de bebida alcoólica e gorduras, realização de exercício físico constante e a suplementação de fibras na dieta, podem chegar a reduzir em 80-90% os níveis de triglicérides séricos sem a necessidade da administração de medicamentos.

A recomendação de ingestão de fibra alimentar total para adultos é de 20 a 30g/dia, sendo 25% (6 g) de fibra solúvel.

O grupo de cereais e seus derivados e as leguminosas representam boas fontes alimentares, assim como as frutas. A melhor maneira de se alcançar esta recomendação é aumentar a ingestão desses alimentos.

PARA AMPLIAR A PESQUISA / REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1. Cummings,J.H. What is fiber? In: Fiber in Human Nutrition, 1976; 1
2. Burkitt, D.P; Walker, A.R.P; Painter, N.S. Dietary fiber and disease. J.A.M.A, 1974; 229:1068-74.
3. Pereira MA, Pins JJ. Fibra Alimentar e Doença Cardiovascular: Avanços Experimentais e Epidemiológicos. Current Atheroscerosis Reports, 2001; vol 1 n°1: 37-46
4. SBAN- Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição. Aplicações das Recomendações Nutricionais Adaptadas à População Brasileira. Fibra alimentar ou fibra da dieta, 1990; 73-8.
5. Cavalcante MLF. Fibras Alimentares: Definição e Classificação. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, 1997; vol 4: 147-150
6. Ada Reports. Position of the American Dietetic Association: Health Implications of Dietary Fiber. J.Am.Diet.Assoc.,1993; 93(12): 1446-7.
7. Borges VC. Oligossacarídeos x Fibras Alimentares. Revista Brasileira de Nutrição Clínica, 1997; vol 4: 161
8. Márquez LR. Aspectos fisiológicos da fibra dietética. A fibra terapêutica, 2001; 55- 61
9. Anderson, J.W. Physiological and metabolic effects of dietary fiber. Fed. Proc.,1985; 44: 2902
10. Neves N.M. Os Elementos da Dieta no tratamento da Doença Cardiovascular. In Nutrição e Doença Cardiovascular, 1997; 4:49-61.
11. III Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias. Arq Bras Cardiol 2001; vol77 (supl III)
12. Pereira MA, Pins JJ. Fibra Alimentar e Doença Cardiovascular: Avanços Experimentais e Epidemiológicos. Current Atheroscerosis Reports, 2001; vol 1 n°1: 37-46
13. Heyde,R; Heyde,M.E.D; Wosiacki,G. Relação entre fibras alimentares, lipídios sanguíneos e excreção fecal de ácidos biliares. Um estudo experimental em ratos. Arq. biol. tecnologia; 1993, 36(2): 207-18.
14. Neves,M.S. Nutrição e doença cardiovascular. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. p.49-62.
15. Anderson,J.W; Gustafson,N.J. Dietary fiber in disease prevention and treatment. Compr.Terapy.,v.13, nº1, 1987.p.43-53.
16.Bridges,S.R et al. Oat bran increases serum acetate of hipercholesterolemic men. Am.J.Clin.Nutr.,v56,1992. p.455-9.
17. Story,J.A. The role of dietary fiber in lipid metabolism in Advances in Lipid Research,1981;18:220-45.
18. Glore,S.R.; Treeck,D.V.; Knehans,A.W. e col. Solube Fiber and Serum Lipids: a Literature Review. In J. Am. Diet. Assoc.,1994; 94(4): 425-36.
19. Anderson JW, Zettwoch N et al. Cholesterol-lowering effects of psyllium hydrophilic muciloid for hypercolesterolemic men. Arch Inter Med, 1988; 148: 292-96
20. NCEP- National Cholesterol Education Program. Second Report of the Expert Panel on Detection, Evaluation and Treatment of High Blood Cholesterol in Adults. In Circulation, 1994; 89(3): 1364-1405.
21. Cintra, I.P e col. - Intervenções Dietéticas - Condutas Clínicas nas Dislipidemias. 1997; 7:139-157




Fonte: http://.nutricaoclinica.com.br

Aspectos atuais na nutrição do diabético

Aspectos atuais na nutrição do diabético



Jornalista Fabiana Fontainha
Burson Masteller

Dr. Daniel Magnoni
Coordenador do Comitê do Selo de Aprovação SBC

Dados do Ministério da Saúde revelam que o Diabetes Mellitus atinge 11% das pessoas com mais de 40 anos no Brasil, correspondendo a 11 milhões de pacientes. Segundo a Federal Internacional do Diabetes, são mais de 151 milhões de diabéticos no mundo todo.

As atuais recomendações médicas nacionais e internacionais, como da Sociedade Americana de Diabetes, reforçam a necessidade da dieta equilibrada para alcançar e manter níveis normais de glicose no sangue, pressão sanguínea e índices adequados de lipídios e proteínas. Esses são fatores que contribuem para a prevenção e redução das complicações da patologia.

Determinados alimentos possuem nutrientes favoráveis à saúde do paciente com diabetes. As leguminosas como a soja, por exemplo, possuem proteínas vegetais e são boas fontes de fibras para o controle da glicemia. As hortaliças verdes e amarelas possuem vitaminas e carotenóides que combatem os radicais livres, já os vegetais e frutas vermelhas possuem licopeno (um tipo de carotenóide com ação antioxidante). Outras frutas possuem fibras solúveis, vitamina C e potássio. Leites, iogurtes e derivados são alimentos protéicos e fontes de cálcio. Carnes e ovos são fontes de proteínas e ferro. Para prevenir doenças coronarianas, o consumo de gorduras e carboidratos são permitidos de forma equilibrada. Algumas linhas terapêuticas sugerem o controle da quantidade diária de carboidratos, outras a avaliação do índice glicêmico dos alimentos, mas o primeiro passo é a adoção de uma dieta balanceada.

Determinados alimentos possuem nutrientes favoráveis à saúde do paciente com diabetes. As leguminosas como a soja, por exemplo, possuem proteínas vegetais e são boas fontes de fibras para o controle da glicemia. As hortaliças verdes e amarelas possuem vitaminas e carotenóides que combatem os radicais livres, já os vegetais e frutas vermelhas possuem licopeno (um tipo de carotenóide com ação antioxidante). Outras frutas possuem fibras solúveis, vitamina C e potássio. Leites, iogurtes e derivados são alimentos protéicos e fontes de cálcio. Carnes e ovos são fontes de proteínas e ferro. Para prevenir doenças coronarianas, o consumo de gorduras e carboidratos são permitidos de forma equilibrada. Algumas linhas terapêuticas sugerem o controle da quantidade diária de carboidratos, outras a avaliação do índice glicêmico dos alimentos, mas o primeiro passo é a adoção de uma dieta balanceada.

Suplementos orais

Existem suplementos formulados especialmente para os diabéticos. Eles melhoram o controle da glicemia e diminuem o risco de complicações desencadeadas pela doença.

Os principais componentes desses suplementos são: caseinato de cálcio, proteína isolada de soja, os lipídios monoinsaturados e as fibras solúveis. Pesquisas mostram que estes nutrientes auxiliam na diminuição do colesterol sérico e na redução da resistência à insulina. Desta forma, melhoram o controle glicêmico, promovem saciedade, nutrição adequada e reduzem o risco de doenças cardiovasculares.

O suplemento oral ajuda a suprir as necessidades das pessoas que têm dificuldade de manter a dieta balanceada. É o melhor lanche para ser consumido entre as refeições.

"Dez passos para uma alimentação saudável"

1.Estabeleça horários para as refeições com 5 a 6 refeições/dia
2.Consuma variados tipos de legumes, verduras e frutas
3.Escolha alimentos ricos em fibras
4.Evite alimentos ricos em açúcares como doces, refrigerantes, chocolates e outras guloseimas
5.Consuma pouco sal
6.Diminua o consumo de gorduras como manteiga, margarina e frituras
7.Evite fumar e consumir bebidas alcoólicas
8.Beba água
9.Mantenha o peso saudável
10.Tenha uma alimentação saudável e faça atividade física moderada e regularmente

Fonte: Cartilha do Ministério da Saúde para a "Política Nacional de Atenção Integral à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus"



Fonte: http://www.nutricaoclinica.com.br

02/03/2010

Thursday, January 21, 2010

20/01/2010 - 07h36
Câncer agressivo no cérebro está ligado a doenças variadas, diz estudo

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da France Presse, em Washington
A forma mais frequente e agressiva de tumor no cérebro, o glioblastoma, não é uma só enfermidade, mas um conjunto de patologias, segundo estudo publicado na terça-feira (19) que pode ajudar a desenvolver tratamentos diretos mais eficazes.

Novas pesquisas genéticas sugerem que o glioblastoma multiforme (GBM) representa várias doenças, cada uma com origem molecular distinta, explicam os cientistas que tiveram seus estudos publicados na revista "Cell Press" deste mês.

Essa descoberta oferece uma base sólida de investigação para o desenvolvimento de novas terapias individualizadas, que poderiam melhorar o prognóstico quase sempre sombrio deste tipo devastador de câncer.

A maioria dos que sofrem deste tumor morre 14 meses depois do diagnóstico.

Ao recorrer a técnicas de identificação do papel de diferentes genes, os cientistas analisaram de forma detalhada centenas de biópsias de glioblastoma feitas em enfermos. Puderam, assim, identificar quatro subgrupos moleculares distintos desse tumor.

"Descobrimos uma série de eventos que, de forma inequívoca, produzem-se quase exclusivamente num destes subgrupos", explicou Neil Hayes, do serviço de medicina endócrina da Universidade da Carolina do Norte (EUA) e principal autor do estudo.

A descoberta fornece uma "nova compreensão do glioblastoma baseada nas características moleculares únicas do tumor", indica Francis Collins, diretor do Instituto Nacional de Câncer (NIC) dos Estados Unidos, que financiou o estudo.
22/10/2009 - 10h19
Consumo diário de café retarda doenças do fígado

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da France Presse, em Washington
O consumo diário de várias xícaras de café retarda a evolução de doenças do fígado, como a hepatite C, revela um estudo de pesquisadores norte-americanos divulgado na quarta-feira (21).

As pessoas que sofrem de hepatite C crônica e de outras enfermidades hepáticas em estado avançado que consomem ao menos três xícaras de café diárias reduzem em 53% o risco de evolução da doença em relação aos que não fazem o mesmo, destaca o estudo realizado pelo americano Neal Freedman, membro do Instituto Nacional do Câncer (NCI).

Divulgação

Consumo diário de várias xícaras de café retarda a evolução de doenças do fígado, como a hepatite C, revela um estudo dos EUA
A pesquisa analisou 766 pessoas com hepatite C sem resposta a tratamentos com antivirais e que bebiam ou não café.

A cada três meses, durante cerca de quatro anos, estes pacientes foram submetidos a biópsias para determinar a evolução da doença.

"Observamos que a evolução das enfermidades era inversamente proporcional ao consumo de café", explicou Freedman.

Uma das hipóteses sobre o papel do café é que ele reduziria os riscos de diabetes do tipo 2, frequentemente associada a doenças hepáticas ou inflamações.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), entre 3 e 4 milhões de pessoas contraem hepatite C a cada ano, e em 70% dos casos a doença se torna crônica e pode provocar cirrose ou câncer de fígado.

Intestino: O "Segundo Cérebro" e sua Influência na Saúde e Bem-Estar

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