A prática de uma atividade física influencia na longevidade: análise detalhada da relação dose-resposta divulgada pelo JAMA
As diretrizes de atividade física para americanos (2008) recomendam um mínimo
de 75 minutos de atividade física de intensidade vigorosa ou 150 minutos de
intensidade moderada por semana [7,5 horas de equivalente metabólico1 (MET) por semana], com atividade aeróbica, para obter
benefícios substanciais de saúde2; sugerindo benefícios adicionais quando se faz mais do que o
dobro desta quantidade. No entanto, o limite superior para benefícios e danos,
em termos de longevidade, com a realização de mais atividade física, ainda não
está claro.
Para quantificar a associação dose-resposta entre atividade física e mortalidade3 e definir o limite máximo de benefício ou dano relacionado ao aumento dos níveis de atividade física, foi realizado um estudo publicado pelo The Journal of the American Medical Association (JAMA).
Em 2014, foram analisados dados agrupados a partir de seis estudos prospectivos do National Cancer4 Institute Cohort Consortium (1992-2003), com coortes dos Estados Unidos e da Europa, com atividade física autorrelatada. Foi incluído um total de 661.137 homens e mulheres (idade média de 62 anos, variando de 21 a 98 anos) e 116.686 mortes. Foram usados modelos proporcionais de regressão de Cox com estratificação de coorte5 para gerar índices multivariados de risco ajustado (HR) e IC 95%. A mediana do tempo de seguimento foi de 14,2 anos.
Os principais resultados e medidas foram o limite máximo de benefício em relação à mortalidade3 com altos níveis de atividade física.
Em comparação com indivíduos sedentários, observou-se um risco de mortalidade3 20% menor entre aqueles que realizam menos do que o mínimo recomendado de 7,5 horas de equivalente metabólico1 (MET) por semana, risco 31% menor realizando uma ou duas vezes o mínimo recomendado e um risco 37% inferior realizando duas a três vezes o mínimo recomendado. Um limite superior para o benefício em relação à mortalidade3 ocorreu com a realização de três a cinco vezes a recomendação de atividade física dos atuais protocolos americanos; no entanto, em comparação com o mínimo recomendado, o benefício adicional foi modesto (31% versus 39%). Não havia nenhuma evidência de dano quando era realizado dez ou mais vezes o mínimo recomendado. A relação dose-resposta foi similar ao observado para a mortalidade3 por doença cardiovascular e câncer4.
Atender às diretrizes mínimas de atividade física para os americanos (2008), com qualquer atividade física de intensidade moderada ou vigorosa, foi associado com quase o benefício máximo na longevidade. Observou-se um limiar de benefício com a realização de cerca de três a cinco vezes o tempo mínimo recomendado de atividade física e não houve excesso de risco em realizar dez vezes ou mais do que o mínimo. Em relação à mortalidade3, os profissionais de saúde2 devem incentivar adultos inativos a realizarem atividade física e não precisam desencorajar a prática de adultos que já participam com níveis altos de atividade.
Fonte: JAMA Internal Medicine, de 6 de abril de 2015
Para quantificar a associação dose-resposta entre atividade física e mortalidade3 e definir o limite máximo de benefício ou dano relacionado ao aumento dos níveis de atividade física, foi realizado um estudo publicado pelo The Journal of the American Medical Association (JAMA).
Em 2014, foram analisados dados agrupados a partir de seis estudos prospectivos do National Cancer4 Institute Cohort Consortium (1992-2003), com coortes dos Estados Unidos e da Europa, com atividade física autorrelatada. Foi incluído um total de 661.137 homens e mulheres (idade média de 62 anos, variando de 21 a 98 anos) e 116.686 mortes. Foram usados modelos proporcionais de regressão de Cox com estratificação de coorte5 para gerar índices multivariados de risco ajustado (HR) e IC 95%. A mediana do tempo de seguimento foi de 14,2 anos.
Os principais resultados e medidas foram o limite máximo de benefício em relação à mortalidade3 com altos níveis de atividade física.
Em comparação com indivíduos sedentários, observou-se um risco de mortalidade3 20% menor entre aqueles que realizam menos do que o mínimo recomendado de 7,5 horas de equivalente metabólico1 (MET) por semana, risco 31% menor realizando uma ou duas vezes o mínimo recomendado e um risco 37% inferior realizando duas a três vezes o mínimo recomendado. Um limite superior para o benefício em relação à mortalidade3 ocorreu com a realização de três a cinco vezes a recomendação de atividade física dos atuais protocolos americanos; no entanto, em comparação com o mínimo recomendado, o benefício adicional foi modesto (31% versus 39%). Não havia nenhuma evidência de dano quando era realizado dez ou mais vezes o mínimo recomendado. A relação dose-resposta foi similar ao observado para a mortalidade3 por doença cardiovascular e câncer4.
Atender às diretrizes mínimas de atividade física para os americanos (2008), com qualquer atividade física de intensidade moderada ou vigorosa, foi associado com quase o benefício máximo na longevidade. Observou-se um limiar de benefício com a realização de cerca de três a cinco vezes o tempo mínimo recomendado de atividade física e não houve excesso de risco em realizar dez vezes ou mais do que o mínimo. Em relação à mortalidade3, os profissionais de saúde2 devem incentivar adultos inativos a realizarem atividade física e não precisam desencorajar a prática de adultos que já participam com níveis altos de atividade.
Fonte: JAMA Internal Medicine, de 6 de abril de 2015
quinta-feira, 16 de abril de 2015
NEWS.MED.BR, 2015. A prática de uma atividade física
influencia na longevidade: análise detalhada da relação dose-resposta divulgada
pelo JAMA. Disponível em:
.
Acesso em: 16 abr. 2015.
Complementos
1 Equivalente metabólico: O
equivalente metabólico (MET), múltiplo da taxa metabólica basal, equivale à
energia suficiente para um indivíduo se manter em repouso, representado na
literatura pelo consumo de oxigênio (VO2) de aproximadamente 3,5 ml/kg/min.
Quando se exprime o gasto de energia em METs, representa-se o número de vezes
pelo qual o metabolismo de repouso foi multiplicado durante uma atividade. Por
exemplo, pedalar a quatro METs implica em gasto calórico quatro vezes maior que
o que vigora em repouso.
2 Saúde: 1. Estado de
equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as
características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais
para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa
disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo
à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
3 Mortalidade: A taxa de
mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um dado demográfico do número de
óbitos, geralmente para cada mil habitantes em uma dada região, em um
determinado período de tempo.
4 Câncer: Crescimento
anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à
distância (metástases).
5 Coorte: Grupo de
indivíduos que têm algo em comum ao serem reunidos e que são observados por um
determinado período de tempo para que se possa avaliar o que ocorre com eles. É
importante que todos os indivíduos sejam observados por todo o período de
seguimento, já que informações de uma coorte incompleta podem distorcer o
verdadeiro estado das coisas. Por outro lado, o período de tempo em que os
indivíduos serão observados deve ser significativo na história natural da doença
em questão, para que haja tempo suficiente do risco se manifestar.
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