Monday, May 18, 2015

Valor prognóstico da força de preensão em relação à mortalidade: conclusões do estudo Prospective Urban Rural Epidemiology (PURE)

Valor prognóstico da força de preensão em relação à mortalidade: conclusões do estudo Prospective Urban Rural Epidemiology (PURE)

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Valor prognóstico da força de preensão em relação à mortalidade: conclusões do estudo Prospective Urban Rural Epidemiology (PURE)
Força muscular reduzida, medida pela força de preensão, tem sido associada a um risco aumentado de mortalidade1 por todas as causas e mortalidade1 cardiovascular. A força de preensão é um meio atraente de estratificação de risco de um indivíduo para a morte por ser um meio simples, rápido e barato. No entanto, o valor prognóstico2 dela ainda é desconhecido. O objetivo deste estudo foi avaliar a importância prognóstica da força de preensão em diversos países sociocultural e economicamente diferentes.
O estudo longitudinal Prospective Urban Rural Epidemiology (PURE) teve a participação de cerca de 140.000 participantes e foi realizado em 17 países de diferentes rendas e configurações socioculturais. Foi incluída uma amostra imparcial das famílias, que eram elegíveis se pelo menos um membro tivesse idade entre 35-70 anos e se os membros da família tivessem a intenção de ficar naquele endereço por mais quatro anos. Os participantes foram avaliados quanto à força de preensão usando um dinamômetro Jamar. Durante um período de acompanhamento médio de quatro anos, avaliou-se todas as causas de mortalidade1, mortalidade1 cardiovascular, mortalidade1 não-cardiovascular, infarto do miocárdio3, acidente vascular cerebral4, diabetes5, câncer6, pneumonia7, internação hospitalar por pneumonia7 ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), internação hospitalar por doença respiratória (incluindo DPOC, asma8, tuberculose9 e pneumonia7), lesões10 devido a queda e fratura11.
Entre janeiro de 2003 e dezembro de 2009, 142.861 participantes foram inscritos no estudo PURE, dos quais 139.691 com evolução de saúde12 conhecida foram incluídos na análise. Durante um período de acompanhamento médio de quatro anos, 3.379 (2%) de 139.691 participantes morreram. Após o ajuste, a associação entre a força de preensão e cada resultado, com as exceções de câncer6 e de internação hospitalar devido a doença respiratória, foi semelhante entre os estratos de renda dos países. A força de preensão foi inversamente associada à mortalidade1 por todas as causas, à mortalidade1 cardiovascular, à mortalidade1 não-cardiovascular, infarto do miocárdio3 e acidente vascular cerebral4. A força de preensão foi um preditor mais forte de mortalidade1 por todas as causas e por causas cardiovasculares do que a pressão arterial sistólica13. Não houve associação significativa entre a força de preensão e a incidência14 de diabetes5, o risco de internação por pneumonia7 e DPOC, ferimentos causados por queda ou por fratura11. Em países de alta renda, o risco de câncer6 e a força de preensão foram positivamente associados, mas essa associação não foi encontrada em países de rendas média e baixa.
Este estudo sugere que a medida da força de preensão é um método de estratificação de risco simples e barato para todas as causas de morte, morte cardiovascular e doença cardiovascular. Mais pesquisas são necessárias para identificar os determinantes da força muscular e para testar se a melhoria da força reduz a mortalidade1 e as doenças cardiovasculares15.
Fonte: The Lancet, publicação online, de 13 de maio de 2015
sexta-feira, 15 de maio de 2015
NEWS.MED.BR, 2015. Valor prognóstico da força de preensão em relação à mortalidade: conclusões do estudo Prospective Urban Rural Epidemiology (PURE). Disponível em: . Acesso em: 18 mai. 2015.

Complementos

1 Mortalidade: A taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um dado demográfico do número de óbitos, geralmente para cada mil habitantes em uma dada região, em um determinado período de tempo.
2 Prognóstico: 1. Juízo médico, baseado no diagnóstico e nas possibilidades terapêuticas, em relação à duração, à evolução e ao termo de uma doença. Em medicina, predição do curso ou do resultado provável de uma doença; prognose. 2. Predição, presságio, profecia relativos a qualquer assunto. 3. Relativo a prognose. 4. Que traça o provável desenvolvimento futuro ou o resultado de um processo. 5. Que pode indicar acontecimentos futuros (diz-se de sinal, sintoma, indício, etc.). 6. No uso pejorativo, pernóstico, doutoral, professoral; prognóstico.
3 Infarto do miocárdio: Interrupção do suprimento sangüíneo para o coração por estreitamento dos vasos ou bloqueio do fluxo. Também conhecido por ataque cardíaco.
4 Acidente vascular cerebral: Conhecido popularmente como derrame cerebral, o acidente vascular cerebral (AVC) ou encefálico é uma doença que consiste na interrupção súbita do suprimento de sangue com oxigênio e nutrientes para o cérebro, lesando células nervosas, o que pode resultar em graves conseqüências, como inabilidade para falar ou mover partes do corpo. Há dois tipos de derrame, o isquêmico e o hemorrágico.
5 Diabetes: Nome que designa um grupo de doenças caracterizadas por diurese excessiva. A mais frequente é o Diabetes mellitus, ainda que existam outras variantes (Diabetes insipidus) de doença nas quais o transtorno primário é a incapacidade dos rins de concentrar a urina.
6 Câncer: Crescimento anormal de um tecido celular capaz de invadir outros órgãos localmente ou à distância (metástases).
7 Pneumonia: Inflamação do parênquima pulmonar. Sua causa mais freqüente é a infecção bacteriana, apesar de que pode ser produzida por outros microorganismos. Manifesta-se por febre, tosse, expectoração e dor torácica. Em pacientes idosos ou imunodeprimidos pode ser uma doença fatal.
8 Asma: Doença das vias aéreas inferiores (brônquios), caracterizada por uma diminuição aguda do calibre bronquial em resposta a um estímulo ambiental. Isto produz obstrução e dificuldade respiratória que pode ser revertida de forma espontânea ou com tratamento médico.
9 Tuberculose: Doença infecciosa crônica produzida pelo bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis). Produz doença pulmonar, podendo disseminar-se para qualquer outro órgão. Os sintomas de tuberculose pulmonar consistem em febre, tosse, expectoração, hemoptise, acompanhada de perda de peso e queda do estado geral. Em países em desenvolvimento (como o Brasil) aconselha-se a vacinação com uma cepa atenuada desta bactéria (vacina BCG).
10 Lesões: 1. Ato ou efeito de lesar (-se). 2. Em medicina, ferimento ou traumatismo. 3. Em patologia, qualquer alteração patológica ou traumática de um tecido, especialmente quando acarreta perda de função de uma parte do corpo. Ou também, um dos pontos de manifestação de uma doença sistêmica. 4. Em termos jurídicos, prejuízo sofrido por uma das partes contratantes que dá mais do que recebe, em virtude de erros de apreciação ou devido a elementos circunstanciais. Ou também, em direito penal, ofensa, dano à integridade física de alguém.
11 Fratura: Solução de continuidade de um osso. Em geral é produzida por um traumatismo, mesmo que possa ser produzida na ausência do mesmo (fratura patológica). Produz como sintomas dor, mobilidade anormal e ruídos (crepitação) na região afetada.
12 Saúde: 1. Estado de equilíbrio dinâmico entre o organismo e o seu ambiente, o qual mantém as características estruturais e funcionais do organismo dentro dos limites normais para sua forma de vida e para a sua fase do ciclo vital. 2. Estado de boa disposição física e psíquica; bem-estar. 3. Brinde, saudação que se faz bebendo à saúde de alguém. 4. Força física; robustez, vigor, energia.
13 Pressão arterial sistólica: É a pressão mais elevada (pico) verificada nas artérias durante a fase de sístole do ciclo cardíaco, é também chamada de pressão máxima.
14 Incidência: Medida da freqüência em que uma doença ocorre. Número de casos novos de uma doença em um certo grupo de pessoas por um certo período de tempo.
15 Doenças cardiovasculares: Doença do coração e vasos sangüíneos (artérias, veias e capilares).

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