Risco aumentado de infecção com o uso de tratamento biológico em pacientes com artrite reumatoide: revisão sistemática e meta-análise publicada pelo The Lancet
As infecções1 são uma grande preocupação para os pacientes com artrite reumatoide2, considerando os tratamentos disponíveis. As evidências são
inconsistentes para determinar se os medicamentos biológicos estão associados a
um risco aumentado de infecção3 em comparação com as drogas antirreumáticas tradicionais
modificadoras do curso da doença (DMARDs).
Pesquisadores da University of Ottawa, Canadá, e da University of Alabama, em Birmingham, EUA, fizeram uma revisão sistemática e meta-análise de infecções1 graves em portadores de artrite reumatoide2 tratados com medicamentos biológicos em comparação com aqueles tratados com DMARDs tradicionais.
Foi realizada uma busca sistemática da literatura com dados do Medline, Embase, Cochrane Central Register of Controlled Trials e ClinicalTrials.gov desde sua criação até 11 de fevereiro de 2014. Os termos de pesquisa incluíram "biológicos", "artrite reumatoide2" e seus sinônimos. Os ensaios clínicos4 eram elegíveis para a revisão se incluíssem qualquer um dos medicamentos biológicos aprovados e relatassem infecções1 graves. Após análises estatísticas, foi avaliado o risco de infecções1 graves em pacientes com artrite reumatoide2 que foram tratados com medicamentos biológicos, em comparação com aqueles tratados com DMARDs tradicionais. O odds ratio (OR) de infecção3 grave foi a principal medida de efeito de tratamento.
A revisão sistemática identificou 106 ensaios com relatos de infecções1 graves e que incluíam pacientes com artrite reumatoide2 que receberam medicamentos biológicos. Comparados aos DMARDs tradicionais, os medicamentos biológicos de dose-padrão e os de altas doses foram associados a um risco aumentado de infecções1 graves, embora medicamentos biológicos de baixa dose não o foram. O risco foi menor nos pacientes não tratados previamente com metotrexato em comparação com os tratados com os DMARDs tradicionais ou aqueles tratados com medicamentos biológicos anti-fator de necrose5 tumoral, conhecidos como anti-TNF alfa. O aumento absoluto no número de infecções1 graves por 1.000 doentes tratados anualmente variou de seis, com a dose padrão de medicamentos biológicos, a 55 para a terapia de combinação biológica, em comparação com os DMARDs tradicionais.
Concluiu-se que o uso de medicamentos biológicos em dose-padrão ou em altas doses (com ou sem DMARDs tradicionais) está associado a um aumento de infecções1 graves em pacientes com artrite reumatoide2 em comparação com o uso de DMARDs tradicionais, embora os medicamentos biológicos em baixas doses não tenham aumentado o risco de infecção3 nos pacientes estudados.
Os médicos devem discutir os benefícios e os riscos dessas medicações com cada paciente antes de iniciar o tratamento biológico para a artrite reumatoide2.
O estudo foi financiado pela Divisão de Reumatologia da Universidade do Alabama em Birmingham.
Fonte: The Lancet, publicação online, de 11 de maio de 2015
Pesquisadores da University of Ottawa, Canadá, e da University of Alabama, em Birmingham, EUA, fizeram uma revisão sistemática e meta-análise de infecções1 graves em portadores de artrite reumatoide2 tratados com medicamentos biológicos em comparação com aqueles tratados com DMARDs tradicionais.
Foi realizada uma busca sistemática da literatura com dados do Medline, Embase, Cochrane Central Register of Controlled Trials e ClinicalTrials.gov desde sua criação até 11 de fevereiro de 2014. Os termos de pesquisa incluíram "biológicos", "artrite reumatoide2" e seus sinônimos. Os ensaios clínicos4 eram elegíveis para a revisão se incluíssem qualquer um dos medicamentos biológicos aprovados e relatassem infecções1 graves. Após análises estatísticas, foi avaliado o risco de infecções1 graves em pacientes com artrite reumatoide2 que foram tratados com medicamentos biológicos, em comparação com aqueles tratados com DMARDs tradicionais. O odds ratio (OR) de infecção3 grave foi a principal medida de efeito de tratamento.
A revisão sistemática identificou 106 ensaios com relatos de infecções1 graves e que incluíam pacientes com artrite reumatoide2 que receberam medicamentos biológicos. Comparados aos DMARDs tradicionais, os medicamentos biológicos de dose-padrão e os de altas doses foram associados a um risco aumentado de infecções1 graves, embora medicamentos biológicos de baixa dose não o foram. O risco foi menor nos pacientes não tratados previamente com metotrexato em comparação com os tratados com os DMARDs tradicionais ou aqueles tratados com medicamentos biológicos anti-fator de necrose5 tumoral, conhecidos como anti-TNF alfa. O aumento absoluto no número de infecções1 graves por 1.000 doentes tratados anualmente variou de seis, com a dose padrão de medicamentos biológicos, a 55 para a terapia de combinação biológica, em comparação com os DMARDs tradicionais.
Concluiu-se que o uso de medicamentos biológicos em dose-padrão ou em altas doses (com ou sem DMARDs tradicionais) está associado a um aumento de infecções1 graves em pacientes com artrite reumatoide2 em comparação com o uso de DMARDs tradicionais, embora os medicamentos biológicos em baixas doses não tenham aumentado o risco de infecção3 nos pacientes estudados.
Os médicos devem discutir os benefícios e os riscos dessas medicações com cada paciente antes de iniciar o tratamento biológico para a artrite reumatoide2.
O estudo foi financiado pela Divisão de Reumatologia da Universidade do Alabama em Birmingham.
Fonte: The Lancet, publicação online, de 11 de maio de 2015
terça-feira, 12 de maio de 2015
NEWS.MED.BR, 2015. Risco aumentado de infecção com o
uso de tratamento biológico em pacientes com artrite reumatoide: revisão
sistemática e meta-análise publicada pelo The Lancet. Disponível em:
.
Acesso em: 18 mai. 2015.
Complementos
1 Infecções: Doença
produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um
organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações
na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre,
queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da
reação imunológica perante o mesmo.
2 Artrite reumatóide:
Doença auto-imune de etiologia desconhecida, caracterizada por poliartrite
periférica, simétrica, que leva à deformidade e à destruição das articulações
por erosão do osso e cartilagem. Afeta mulheres duas vezes mais do que os homens
e sua incidência aumenta com a idade. Em geral, acomete grandes e pequenas
articulações em associação com manifestações sistêmicas como rigidez matinal,
fadiga e perda de peso. Quando envolve outros órgãos, a morbidade e a gravidade
da doença são maiores, podendo diminuir a expectativa de vida em cinco a dez
anos.
3 Infecção: Doença
produzida pela invasão de um germe (bactéria, vírus, fungo, etc.) em um
organismo superior. Como conseqüência da mesma podem ser produzidas alterações
na estrutura ou funcionamento dos tecidos comprometidos, ocasionando febre,
queda do estado geral, e inúmeros sintomas que dependem do tipo de germe e da
reação imunológica perante o mesmo.
4 Ensaios clínicos: Há três
fases diferentes em um ensaio clínico. A Fase 1 é o primeiro teste de um
tratamento em seres humanos para determinar se ele é seguro. A Fase 2
concentra-se em saber se um tratamento é eficaz. E a Fase 3 é o teste final
antes da aprovação para determinar se o tratamento tem vantagens sobre os
tratamentos padrões disponíveis.
5 Necrose: Conjunto de
processos irreversíveis através dos quais se produz a degeneração celular
seguida de morte da célula.
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