Dieta mediterrânea ajuda a prevenir o declínio cognitivo relacionado à idade: ensaio clínico randomizado publicado pelo JAMA Internal Medicine
Acredita-se que o estresse oxidativo e o comprometimento vascular1 podem mediar parcialmente o declínio cognitivo2 relacionado à idade, um forte fator de risco3 para o desenvolvimento de demência4. Estudos epidemiológicos sugerem que a dieta mediterrânea5, um padrão de dieta cardioprotetora rica em antioxidantes,
atrase o declínio cognitivo2, mas ainda faltam evidências em ensaios clínicos6 para validar tal hipótese.
Com o objetivo de investigar se uma dieta mediterrânea5 suplementada com alimentos ricos em antioxidantes influencia a função cognitiva7, em comparação com uma dieta controle, foi realizado um ensaio clínico com voluntários de Barcelona, na Espanha.
O ensaio clínico randomizado8 com 447 voluntários cognitivamente saudáveis (233 mulheres [52,1%]; média de idade de 66,9 anos), com alto risco cardiovascular estavam matriculados no estudo Prevención con Dieta Mediterránea (1° de outubro de 2003 a 31 de dezembro de 2009). Todos os pacientes foram submetidos à avaliação neuropsicológica quando de sua inclusão e foram testados novamente no final do estudo.
Os participantes foram aleatoriamente designados a receber uma dieta mediterrânea5 suplementada com azeite extravirgem (1 litro/semana), uma dieta mediterrânea5 suplementada com nozes variadas (30 g/dia), ou uma dieta controle (com a recomendação para diminuir o consumo de gordura9 na dieta).
Os principais resultados e medidas de escores de mudança cognitiva7 ao longo do tempo foi baseada em uma série de testes neuropsicológicos: Mini-Mental State Examination, Rey Auditory Verbal Learning Test (RAVLT), Animals Semantic Fluency, Digit Span (subteste da Wechsler Adult Intelligence Scale), Verbal Paired Associates da Wechsler Memory Scale, e o Color Trail Test.
Os testes cognitivos10 de acompanhamento estavam disponíveis para 334 participantes após a intervenção. Em análises multivariadas ajustadas para fatores de confusão, os participantes que receberam uma dieta mediterrânea5 com mais azeite extravirgem obtiveram melhores resultados no RAVLT (P=0,049) e Color Trail Test parte 2 (P=0,04) em comparação com os controles; não foram observadas diferenças entre os grupos para os outros testes cognitivos10.
Os resultados mostraram que, em uma população mais velha, a dieta mediterrânea5 suplementada com azeite extravirgem ou com nozes ajuda na melhoria da função cognitiva7.
Fonte: JAMA Internal Medicine, publicação online, de 11 de maio de 2015
Com o objetivo de investigar se uma dieta mediterrânea5 suplementada com alimentos ricos em antioxidantes influencia a função cognitiva7, em comparação com uma dieta controle, foi realizado um ensaio clínico com voluntários de Barcelona, na Espanha.
O ensaio clínico randomizado8 com 447 voluntários cognitivamente saudáveis (233 mulheres [52,1%]; média de idade de 66,9 anos), com alto risco cardiovascular estavam matriculados no estudo Prevención con Dieta Mediterránea (1° de outubro de 2003 a 31 de dezembro de 2009). Todos os pacientes foram submetidos à avaliação neuropsicológica quando de sua inclusão e foram testados novamente no final do estudo.
Os participantes foram aleatoriamente designados a receber uma dieta mediterrânea5 suplementada com azeite extravirgem (1 litro/semana), uma dieta mediterrânea5 suplementada com nozes variadas (30 g/dia), ou uma dieta controle (com a recomendação para diminuir o consumo de gordura9 na dieta).
Os principais resultados e medidas de escores de mudança cognitiva7 ao longo do tempo foi baseada em uma série de testes neuropsicológicos: Mini-Mental State Examination, Rey Auditory Verbal Learning Test (RAVLT), Animals Semantic Fluency, Digit Span (subteste da Wechsler Adult Intelligence Scale), Verbal Paired Associates da Wechsler Memory Scale, e o Color Trail Test.
Os testes cognitivos10 de acompanhamento estavam disponíveis para 334 participantes após a intervenção. Em análises multivariadas ajustadas para fatores de confusão, os participantes que receberam uma dieta mediterrânea5 com mais azeite extravirgem obtiveram melhores resultados no RAVLT (P=0,049) e Color Trail Test parte 2 (P=0,04) em comparação com os controles; não foram observadas diferenças entre os grupos para os outros testes cognitivos10.
Os resultados mostraram que, em uma população mais velha, a dieta mediterrânea5 suplementada com azeite extravirgem ou com nozes ajuda na melhoria da função cognitiva7.
Fonte: JAMA Internal Medicine, publicação online, de 11 de maio de 2015
quinta-feira, 14 de maio de 2015
NEWS.MED.BR, 2015. Dieta mediterrânea ajuda a prevenir
o declínio cognitivo relacionado à idade: ensaio clínico randomizado publicado
pelo JAMA Internal Medicine. Disponível em:
.
Acesso em: 20 mai. 2015.
Complementos
1 Vascular: Relativo aos
vasos sanguíneos do organismo.
2 Cognitivo: 1. Relativo ao
conhecimento, à cognição. 2. Relativo ao processo mental de percepção, memória,
juízo e/ou raciocínio. 3. Diz-se de estados e processos relativos à
identificação de um saber dedutível e à resolução de tarefas e problemas
determinados. 4. Diz-se dos princípios classificatórios derivados de
constatações, percepções e/ou ações que norteiam a passagem das representações
simbólicas à experiência, e também da organização hierárquica e da utilização no
pensamento e linguagem daqueles mesmos princípios.
3 Fator de risco: Qualquer
coisa que aumente a chance de uma pessoa desenvolver uma doença.
4 Demência: Deterioração
irreversível e crônica das funções intelectuais de uma pessoa.
5 Dieta Mediterrânea:
Alimentação rica em carboidratos, fibras, elevado consumo de verduras, legumes e
frutas (frescas e secas) e pobre em ácidos graxos saturados. É recomendada uma
ingestão maior de gordura monoinsaturada em decorrência da grande utilização do
azeite de oliva. Além de vinho.
6 Ensaios clínicos: Há três
fases diferentes em um ensaio clínico. A Fase 1 é o primeiro teste de um
tratamento em seres humanos para determinar se ele é seguro. A Fase 2
concentra-se em saber se um tratamento é eficaz. E a Fase 3 é o teste final
antes da aprovação para determinar se o tratamento tem vantagens sobre os
tratamentos padrões disponíveis.
7 Cognitiva: 1. Relativa ao
conhecimento, à cognição. 2. Relativa ao processo mental de percepção, memória,
juízo e/ou raciocínio. 3. Diz-se de estados e processos relativos à
identificação de um saber dedutível e à resolução de tarefas e problemas
determinados. 4. Diz-se dos princípios classificatórios derivados de
constatações, percepções e/ou ações que norteiam a passagem das representações
simbólicas à experiência, e também da organização hierárquica e da utilização no
pensamento e linguagem daqueles mesmos princípios.
8 Randomizado: Ensaios
clínicos comparativos randomizados são considerados o melhor delineamento
experimental para avaliar questões relacionadas a tratamento e prevenção.
Classicamente, são definidos como experimentos médicos projetados para
determinar qual de duas ou mais intervenções é a mais eficaz mediante a alocação
aleatória, isto é, randomizada, dos pacientes aos diferentes grupos de estudo.
Em geral, um dos grupos é considerado controle – o que algumas vezes pode ser
ausência de tratamento, placebo, ou mais frequentemente, um tratamento de
eficácia reconhecida. Recursos estatísticos são disponíveis para validar
conclusões e maximizar a chance de identificar o melhor tratamento. Esses
modelos são chamados de estudos de superioridade, cujo objetivo é determinar se
um tratamento em investigação é superior ao agente comparativo.
9 Gordura: Um dos três
principais nutrientes dos alimentos. Os alimentos que fornecem gordura são:
manteiga, margarina, óleos, nozes, carnes vermelhas, peixes, frango e alguns
derivados do leite. O excesso de calorias é estocado no organismo na forma de
gordura, fornecendo uma reserva de energia ao organismo.
10 Cognitivos: 1. Relativo
ao conhecimento, à cognição. 2. Relativo ao processo mental de percepção,
memória, juízo e/ou raciocínio. 3. Diz-se de estados e processos relativos à
identificação de um saber dedutível e à resolução de tarefas e problemas
determinados. 4. Diz-se dos princípios classificatórios derivados de
constatações, percepções e/ou ações que norteiam a passagem das representações
simbólicas à experiência, e também da organização hierárquica e da utilização no
pensamento e linguagem daqueles mesmos princípios.
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