Wednesday, July 11, 2007

Memória

Tratado sobre Psicologia

Luiz Antônio Henrique

Tema de hoje - Memória

Cabeça vazia é oficina do diabo. Este é um refrão popular mas que tem
muito de ciência. Com muitas pessoas com quem tenho conversado
ultimamente, e que estão acima dos 40 anos, confirmam que ficar parado
não é bom nem para o corpo e nem para a cabeça. Ao que tudo indica, os
mais jovens desde os infantis com os brinquedos e os moços impregnados
com o instinto da reprodução da espécie, tem pouco desses problemas.

É relativamente fácil de se entender esse fenômeno psíquico. Quando
não estamos usando a Consciência em algum trabalho, estudo ou lazer, a
nossa cabeça que não pode ficar parada - nem quando estamos dormindo -
da chances para que a Memoria invada a área do Consciente. Essas
recordações podem ser desde simples devaneios - sonhar acordada - como
também a recordação de momentos que se transformaram em traumas, de
acordo com a grau de gravidade de cada um.

Recordações de momentos traumáticos, vem para o nosso consciente
quando este não esta ocupado com coisas mais importantes. A tendência
de nossa mente ficar remoendo lembranças de pontos mais dolorosos,
justifica-se porque a nossa razão fica cobrando soluções de problemas
não resolvidos. por isso, fica questionando os motivos daqueles
momentos traumáticos, com perguntas do tipo: a)Porque aquilo aconteceu
?

b)- Onde foi que eu errei ?

c)- Porque fizeram aquilo comigo ?

d)- Porque me deixei levar ?

e)- E se eu tivesse agido de forma diferente ?

Enfim, os questionamentos acontecem porque a nossa razão exige
explicações, para que tal problema não se repita. Estudamos historia
parta não errar novamente. Isso, faz parte da nossa aprendizagem afim
de que possamos sobreviver. Os animais tidos como irracionais fazem a
mesma coisa. Ou aprendem a evitar problemas reconhecendo o perigo ou
não conseguirão sobreviver.

Mas, não são apenas problemas ou lembranças dolorosas que ficam
registrados em nossa Memoria. Claro que tem de haver também,
lembranças agradáveis e que gostaríamos que acontecem novamente.
Quando encontrados pessoas gentis pelo nosso caminho, temos a
lembrança e o reconhecimento que essa pessoa é boa e nos trata bem e
na qual podemos confiar.

Quando encontramos pessoas que nos fazem lembrar problemas, então
tentamos nos desviar dela. Também existem outras tantas figuras que
não nos fazem lembrar de nada, e então apenas as ignoramos.

Poderíamos dizer que, a um cérebro normal de uma pessoa, mesmo que a
Memoria seja dolorosa, persistente ou traumática, jamais poderemos nos
livrar dela. Se as recordações afloraram para o Consciente, então o
melhor que se poder[a fazer é tratar de cada caso. Seria de bom
conselho dizer que se a Memoria cobra exigindo soluções, então essas
soluções tem de ser conseguidas, ate mesmo com ajuda de profissionais
competentes, que podem nos ajudar na busca dessas soluções.

Vamos ver este caso: - Uma mãe de 40 anos, perde o seu filho de 18
anos, que fora covardemente assassinado pôr ladroes de motos. A dor
dessa mulher pode ser tão grande que ela não consegue resistir a tanta
pressão em sua cabeça, e ela, inadvertidamente, tenta o suicídio
cortando os seus pulsos com uma faca de cozinha. Imediatamente, é
socorrida pôr familiares que a levam para o PS do hospital mais
próximo. Felizmente ela errara o corte e tem alta desse hospital 5
dias depois. Volta para a sua casa em calamitoso estado psíquico.

Como poderíamos entender um choque de tanta gravidade na cabeça dessa
mãe ? Nos meses que se seguem, em semi estado de choque, ela apenas
respira, se alimenta, se higieniza e dorme na base de calmantes. Os
bandidos não mataram apenas o seu filho. Ela também se sente
assassinada.

Um trauma desse tipo, se a pessoa se cuidar bem, pode ter recuperações
depois de passados cerca de 5 anos do acontecimento. Mas, jamais essa
mulher voltará a ser a mesma. Sua Memoria remoerá lembranças pelo
resto da sua vida, tentando encontrar soluções, mas que tipo de
solução poderá haver para um caso destes ? Ela sempre será uma pessoa
distante, que quase não acha graça em mais nada, que ri muito pouco, e
que as vezes finge não ser tão triste disfarçando a sua amargura
crônica.

Mas Deus quando nos criou, Sabia que estas coisas podem acontecer e
pôr isso acontecem. Sem que essa mãe infeliz saiba, com o passar do
tempo - ninguem pode precisar quanto tempo - a sua mente vai tendo
melhoras, a seu cérebro, aos poucos vai cobrindo essa Memoria
dolorosa, diminuindo o nível da gravidade, diminuindo mais até atingir
um ponto de quase insignificância.

Talvez um dia, a ciência através de um sistema de micro-lipoaspiraçáo,
possa remover os neurônios traumatizados de uma pessoa, que se
envolveu num forte drama. Uma técnica cirúrgica especializada para
tratar de memorais "pesados".

Enquanto isso não acontece, o melhor de tudo, seria entrar nessas
religiões que prometem o Céu e o reencontro com familiares junto a
Deus.


Fala o Pai do Existencialismo Jean-Paul Sartre 1905-1980


Sartre é um existencialista ateu. Segundo Sartre, o homem está
abandonado; Deus não existe e, para Sartre, a não-existência de Deus
tem implicações extremadas. Aliás, alguns dos problemas principais que
se levantam do abandono parecem também levantar-se meramente do fato
de nós não podermos saber se Deus existe. Se Deus realmente existe,
nós "não estamos abandonados". O problema do abandono levanta-se
meramente do fato de nós não podermos saber se Deus existe. Sua
existência em tais condições eqüivale, para Sartre, em uma
não-existência efetiva, que tem implicações drásticas. Primeiro,
porque não há Deus, não há nenhum criador do homem e nem tal coisa
como um concepção divina do homem de acordo com a qual o homem foi
criado. Segundo, diz ele, louvando-se em Dostoiévski (na fala de Ivan
Karamazov, na famosa novela daquele escritor russo): Se Deus não
existe, então tudo é permitido. Terceiro, "Não há um sentido ou
propósito último inerente à vida humana; a vida é absurda".


Isto significa que o indivíduo, foi jogado de fato na existência sem
nenhuma razão real para ser. "Simplesmente descobrimos que existimos e
temos então de decidir o que fazer de nós mesmos.".


Resta como o único valor para o existencialismo ateu a liberdade.
Afirma que não pode haver uma justificativa objetiva para qualquer
outro valor.


Porque não há nenhum Deus, não há nenhum padrão objetivo dos valores.
Com o desaparecimento dele desaparece também toda possibilidade de
encontrar valores. Não pode então haver qualquer bem a priori porque
se nós não sabemos se Deus existe, então nós não sabemos se há alguma
razão final porque as coisas acontecem da maneira que acontecem; não
há nenhuma razão final porque qualquer coisa tenha acontecido ou
porque as coisas são da maneira que elas são e não de alguma outra
maneira e nós não sabemos se aqueles valores que acreditamos que estão
baseados em Deus têm realmente validade objetiva. Consequentemente,
porque um mundo sem Deus não tem valores objetivos, nós devemos
estabelecer ou inventar, a partir da liberdade, nossos próprios
valores particulares. Na verdade, mesmo se nós soubéssemos que Deus
existe e aceitássemos que os valores devessem basear-se em Deus, nós
ainda poderíamos não saber que valores estariam baseados em Deus, nós
poderíamos ainda assim não saber quais seriam os critérios e os
padrões absolutos do certo e do errado. E mesmo se nós sabemos quais
são os padrões do certo e do errado (critérios), exatamente o que
significam ainda seria matéria da interpretação subjetiva. E assim o
dilema humano que resultaria poderia ser muitíssimo o mesmo como se
não houvesse Deus.

"Não importa o que o Mundo fez com você. O mais importante agora, é
saber o que voce faz com o que o Mundo fez com voce. "

Jean-Paul Sartre 1905-1908 (filosofo francês)

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